Hoje vamos nos aprofundar na seguinte discussão iniciada em um
post lá atrás:
"Importantíssimo: O PMBOK não é metodologia!! É boa
prática! Esta definição é fundamental, pois apesar do PMBOK trazer todas as
boas práticas de um Gerenciamento de Projeto, ele não obriga aplicar todas
estas práticas, afinal vai depender das características do projeto a ser feito
a necessidade de aplicar esta ou aquela boa prática, e quem vai definir isto é
o GP. Isto inclusive está claro no
PMBOK. É claro que existem boas práticas
que são mandatórias e em alguns caso seria falta de ética não utilizá-las, mas
é a empresa ou o GP que escolhe a metodologia que será aplicada para o
desenvolvimento do projeto e baseado nesta escolha, se define quais boas
práticas serão aplicadas. Se fosse
metodologia seríamos forçados a aplicar tudo o que estava escrito. A empresa também pode adotar metodologias
diferentes para cada tipo de projeto. Para isso, ela deve criar parâmetros para
definir a complexidade do projeto, tais como: importância do cliente;
importância dentro do planejamento estratégico da empresa; estimativas de
custo; estimativas de prazo; etc. Metodologias mais simples para projetos de
pequena complexidade e metodologias mais rebuscadas para projetos mais
complexos. Lembrando que quanto mais
complexa for a metodologia, mais esforços (custos) a empresa terá que
concentrar no Gerenciamento de Projetos. Vale ressaltar que o sucesso na
criação e implementação de uma metodologia de Gerenciamento de Projetos depende
diretamente da participação e apoio da alta cúpula da organização.
Exemplo de metodologias: IPA (O IPA, tem uma metodologia
própria, não claramente divulgada, de dar um número para mensurar o FEL no
momento de aprovação do Projeto) , (...) e por aí vai."
Leia também os post intitulados: Processos do gerenciamento
do projeto e Ciclo de vida do projeto x ciclo de vida do produto para um melhor
entendimento do texto a seguir.
Isto posto (desculpe o trocadilho), o que eu disse que
iríamos nos aprofundar é na metodologia IPA.
As letras IPA formam as iniciais de "IndependentProject Analysis". É uma empresa
sediada nos Estados Unidos, fundada em 1987, cuja razão de ser é comparar e
analisar Projetos realizados em todo o mundo, provendo uma exclusiva orientação
de pesquisa voltada para a análise de viabilidade de projetos, se tornando uma
poderosa ferramenta de melhoria contínua.
Atualmente os seus projetos de pesquisa e avaliação estão
sendo plenamente aplicados nos seguintes seguimentos da industria: Petróleo e
Gás, Industria Química, Farmacêutica, Produção de Pasta e Papel, Produtos
Químicos Especiais, Mineração, Processamento e Beneficiamento de Metais, ou
seja: MEGA EMPREENDIMENTOS!
O IPA oferece todo o conhecimento na disciplina de aplicação
e avaliação de investimentos de capital.
Esses programas possuem uma ligação direta com os processos do PMI e
suas boas práticas para a gestão de valor.
Vamos imaginar o seguinte, antigamente as grandes empresas
conduziam seus empreendimentos da seguinte forma: o projeto básico era
executado internamente e após a sua conclusão era feita a contratação de uma
empresa para fazer a engenharia de detalhamento e posteriormente a contratação
de uma empresa para a execução da obra, enquanto que os equipamentos
necessários seriam adquiridos pela própria empresa. Isto podia modificar-se um
pouco, sendo que o projeto executivo e a construção ficassem na mão de uma
empresa só. Nesta época, os projetos
evoluíam de etapa em etapa sem que houvesse qualquer sistemática de avaliação e
aprovação das fases dos empreendimentos, fazendo com que os mesmos tivessem
baixa produtividade, Às vezes com o início das obras enquanto o projeto
executivo era desenvolvido, e chegava-se ao final sem ter tido uma avaliação
sistemática da viabilidade técnica e econômica do empreendimento.
Nos anos 90, os institutos PMI e IPA desenvolvem abordagens
de Gerenciamento de projetos que diferem entre si, porém que se complementam,
enquanto uma preconiza as boas práticas a outra determina uma metodologia
baseada na sua experiência e levantamentos ao longo dos anos com empresas de
todo o mundo, desde a idéia até os estágios iniciais de operação, desenvolvendo
ferramentas de análise estatística que permitem a comparação do desempenho de
projetos de uma mesma área de aplicação, projetando sistemas executados
globalmente.
Como as fases iniciais têm grande influência nos resultados
dos projetos (embora o investimento ainda é menor), concluiu-se que nestas
fases iniciais é que devem ser aprofundados os estudos para sua avaliação e
aprovação, evitando-se modificações maiores nas fases mais avançadas, no
momento quando a habilidade de influenciar mudanças no projeto é relativamente
alta e o custo para efetuar estas mudanças é baixo.
Desta forma, o IPA como metodologia de projeto, caracterizou
o ciclo de vida do projeto dividindo-o em fases/processos chamadas de FRONT END
LOADING (FEL), EXECUÇÃO e OPERAÇÃO.
FRONT END LOADING, poderia ser traduzido literalmente como
"Nível ao Final da Frente" ou ainda "Carregamento Frontal",
o que não faria muito sentido não é mesmo?
Para tentar fazer mais sentido, vamos entender como "Grau de
Definição", apesar de que na verdade quer dizer muito mais, significa
quantas e quais informações temos e qual a qualidade delas em diversos momentos
do planejamento do projeto.
As fases de FRONT END LOADING são consideras fases de
definição do empreendimento, sendo elas responsáveis por todo o planejamento do
empreendimento, definindo o que será feito, quando, por quem e quais os
recursos necessários. Portanto, esta
metodologia é o processo pelo qual uma
companhia identifica e define o escopo de um projeto importante para alinhar
com a necessidade do negócio.
O processo também se utiliza de stage-gates (portões de
passagem), onde cada estágio passa por uma validação formal no ciclo de vida do
projeto antes de receber fundos ou proceder para o próximo estágio de trabalho.
Nestes portões o projeto pode ser cancelado, aprovado ou ficar em espera (para
revisão) de acordo com o nível de definição do projeto. Esta é uma das razões para se adotar o FEL ,
pois é a oportunidade que a ferramenta oferece para potencializar o nivelamento
e o agrupamento dos projetos, de acordo com o seu estágio de maturidade,
proporcionando tranquilidade e segurança à direção executiva da organização
para a tomada de decisão referente à autorização do investimento. As fases e os portões foram criados
justamente para que as empresas possam nortear as suas decisões embasando-se
pelo banco de dados do IPA contendo os benchmarks dos projetos.
Em um próximo post, iremos detalhas estas fases.
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