O TPM (Total Performance Management – Gerenciamento da Produtividade Total) consiste em um Programa ou Metodologia que objetiva a Maximização do Rendimento Operacional Global, contando para isso, com a participação direta de Operadores e Manutentores qualificados.
Busca também a falha zero e quebra zero dos
equipamentos, associado ao defeito zero nos produtos e perda zero no processo,
atuando diretamente no lucro da Empresa à medida que melhora a Produtividade e
conseqüentemente adquire maior Competitividade.
O êxito do TPM depende da capacidade para
conhecer contínua e perfeitamente o funcionamento e o estado do equipamento
para prevenir e evitar falhas.
Algumas características do Programa de TPM:
1.    
Engloba todo o Ciclo de Vida Útil dos
Equipamentos e Máquinas.
2.    
Exige a participação direta da
Engenharia, Produção e Manutenção.
3.    
Facilita a participação de todos os
níveis hierárquicos da Empresa.
4.    
Motiva os funcionários através dos
trabalhos realizados em Equipe.
Podemos incluir alguns benefícios do TPM:
- Maior controle de peças de reposição e redução do estoque.
- Melhoria das habilidades técnicas, desenvolvidas através de Educação e Treinamento, para atingir um grau elevado de Motivação, Participação e Orgulho Profissional.
- Incentiva a Análise de Riscos e Falhas, à medida que os Operadores e Manutentores adquirem conhecimentos e participam das decisões diretamente.
Podemos resumir algumas funções nas áreas operacionais que
fortalecem o TPM, em busca da Maximização do Rendimento Operacional:
| 
MÃO-DE-OBRA | 
·    
  Capacitada para zelar pelas máquinas, 
·    
  Cumprindo corretamente os procedimentos do Processo 
·    
  Efetuando ajustes, limpeza, inspeção e pequenos reparos. | 
| 
MÁQUINAS | 
·    
  Em condições ideais de trabalho, sem folgas ou perdas. 
·    
  Com Disponibilidade acima de 90%. 
·    
  Com MTBF alto e MTTR baixo. 
·    
  Com Programa de Manutenção Planejada implantado. | 
| 
MÉTODOS | 
·    
  Padrões Técnicos claros e sendo cumpridos. 
·    
  Sistema de gerenciamento de Manutenção implantado 
·    
  Padrões de Operação sendo cumpridos. 
·    
  Análise de Riscos e Falhas sendo realizado. | 
“O TPM deve ser desenvolvido com uma
simplicidade maior que as pregadas nos livros e a estratégia é priorizar os
esforços na implantação de medidas práticas que produzam resultados a curto e
médio prazo”. ( H. Ribeiro) 
O Programa TPM é sustentado por Oito Pilares
Básicos:
| 
1. Melhorias
  Específicas | 
5. Controle
  Inicial | |
| 
2. Manutenção
  Autônoma | 
6. Educação e
  treinamento | |
| 
3. Manutenção
  Planejada | 
7. Áreas
  Administrativas | |
| 
4. Manutenção da
  Qualidade | 
8. Segurança e
  Meio Ambiente | 
O TPM é mudança cultural, portanto, as modificações estruturais
e comportamentais necessárias não ocorrerão automaticamente, da noite para o
dia, ou na velocidade que todos gostariam, sendo variável em cada Empresa,
dependendo de sua cultura, do envolvimento e comprometimento da Alta Gerência,
do porte, nível tecnológico e outras premissas.
Conforme dito no início,
o Programa de TPM objetiva a Maximização do Rendimento Operacional Global e
para isto devemos ter:
·        
Equipamentos em condições ideais de funcionamento.
·        
Pessoas treinadas e habilitadas.
·        
Procedimentos Técnicos sendo cumpridos.
Dos Oito Pilares Básicos,
normalmente são utilizados mais freqüentemente apenas quatro na implantação do
Programa TPM, são eles:
PILAR
DE MELHORIAS ESPECÍFICAS:
O Pilar de Melhorias Específicas aborda a eliminação das Seis
Grandes Perdas e a Eficiência Global dos Equipamentos, mas não deve ser
perseguido a Eficiência Máxima dos Equipamentos, separadamente, pois poderão
gerar desperdícios, segundo os conceitos de Shigeo Shingo abaixo:
1.    
A quantidade a ser produzida deve ser
determinada unicamente pelo número de pedidos;
2.    
Se os processos de mais baixa
capacidade podem produzir a quantidade requerida, a operação de processo de
maior capacidade é mantida no mesmo nível do processo de baixa capacidade,
através da diminuição da velocidade de processamento ou via operação
intermitente;
3.    
Se a capacidade de processamento mais
baixa (GARGALO), é insuficiente para produzir a quantidade necessária, ela deve
ser melhorada.
Baseado nesses conceitos,
Shigeo Shingo no livro – O Sistema Toyota de Produção, desafia a abordagem
convencional de que cada processo deve ser operado à Eficiência Máxima,
afirmando que o balanceamento entre as capacidades do processo para eliminar
acúmulo entre estágios é a abordagem mais eficiente de todas.
As Seis Grandes
Perdas são:
| 
1.  Quebras Esporádicas ou Crônicas 
2.  Devido a Ajustes, Preparação e Regulagens. 
3.  Pequenas paradas, trabalho lento ou em vazio. | 
4.    
  Instabilidade no início da Operação. 
5.    
  Redução de Ritmo ou Capacidade 
6.    
  Problemas de Qualidade. | 
COMPOSIÇÃO
DOS TEMPOS DE UM PROCESSO INDUSTRIAL:
| 
TEMPO CALENDÁRIO DO EQUIPAMENTO | |||
| 
TEMPO DE TRABALHO | 
PARADAS PROGRAMADAS | ||
| 
TEMPO DE OPERAÇÃO | 
PARADAS NÃO PROGRAMADAS | ||
| 
TEMPO REAL DE OPERAÇÃO | 
PERDAS DE VELOCIDADE | ||
| 
DISPONIBILIDADE | 
PERDAS ACUMULADAS DO EQUIPAMENTO | ||
PILAR DE MANUTENÇÃO
AUTÔNOMA:
O Pilar de Manutenção Autônoma é uma das
partes mais visíveis do TPM, onde o impacto visual e as mudanças no ambiente de
trabalho são percebidas com o aumento do COMPROMETIMENTO dos Operadores e Manutentores.
OBJETIVOS
PRINCIPAIS:
·        
Evitar o desgaste acentuado do
equipamento através de uma operação correta e inspeção diária.
·        
Estabelecer os parâmetros básicos
necessários para manter o equipamento permanentemente em boas condições.
·        
Manter as condições ideais do
equipamento através da restauração e gestão apropriada.
A implantação do Pilar de Manutenção Autônoma deve ter três
propósitos:
1.      Determinar uma meta comum
para a Produção e Manutenção, para que estabeleçam as condições básicas de
funcionamento dos equipamentos a fim de reduzir o desgaste acelerado;
2.      Determinar Programa de
Treinamento para os Operadores aprenderem mais sobre as funções de seus
equipamentos, os problemas mais comuns que podem ocorrer, como devem ser
tratados e como podem evitá-los;
3.      Preparar os Operadores
para serem parceiros ativos da Manutenção e Engenharia em busca de uma melhora
contínua do Rendimento Global e Confiabilidade de seu equipamento. 
PILAR DE MANUTENÇÃO
PLANEJADA:
Esse Pilar objetiva manter os Equipamentos e
Processos em condições ideais para atingir a Maximização do Rendimento
Operacional Global.
O Pilar de Manutenção Planejada estrutura a
manutenção da Empresa, a fim de conduzir intervenções planejadas, gerenciamento
de manutenção e eliminação das paradas imprevistas.
CONSERTAÇÃO X ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO:
Um dos fatores que contribuem
consideravelmente para os excessivos tempos de parada e a baixa confiabilidade
do setor de manutenção, é a aceitação pela equipe, incluindo a chefia, da
necessidade de improvisar porque peças de reposição e ferramentas especiais
raramente estão disponíveis ou então porque o setor de produção não dá o tempo
necessário que o serviço exige.  
Esse tipo de procedimento deve ser combatido
por todos, uma vez que a reputação de toda a equipe estará em jogo.  Será que alguém tem a coragem de viajar em um
avião com GATILHOS ou GAMBIARRAS?
Peças de reposição de
baixa qualidade também são responsáveis por diminuir a credibilidade do serviço
de manutenção.  
O setor de CONSERTAÇÃO INDUSTRIAL tem as seguintes características:
·        
Alta taxa de retrabalho.
·        
Pessoal com bom condicionamento físico (correm o dia todo).
·        
Falta de pessoal qualificado.
·        
Convivência pacífica com problemas crônicos.
·        
Falta de peças de reposição e compras sempre urgente.
·        
Número elevado de serviços não previstos.
·        
Baixa produtividade (taxa de utilização de mão-de-obra).
·        
Histórico de manutenção inexistente ou não confiável.
·        
Atendimentos solicitados verbalmente, sem controle de Ordens de
Serviço.
·        
Abuso de GAMBIARRAS e GATILHOS.
·        
Horas extras em excesso.
·        
Falta de Planejamento prévio de manutenção.
·        
Taxa de Manutenção Corretiva não Planejada muito alta.
·        
Grande Fartura (farta tempo, farta material, farta gente, etc..)
As conseqüências são inevitáveis, como por
exemplo:
·        
Moral da equipe muito baixa.
·        
Prazos não sendo cumpridos.
·        
Constante reclamação do Gerente por falta de pessoal.
·        
Baixa Disponibilidade
·        
MTBF baixo e MTTR alto.
·        
Constantes perdas de produção por parada dos equipamentos.
·        
Não se registra, não se mede, não se controla, não se analisa,
não se planeja.
Considere como Engenharia de Manutenção o
contrário de tudo que está escrito acima e não fique em dúvida de qual o
caminho que deve tomar na Manutenção.
PILAR
DE EDUCAÇÃO & TREINAMENTO:
Esse Pilar objetiva aumentar as habilidades
dos Operadores e Manutentores, para atingir um grau elevado de Confiança para
executar seu trabalho, Motivação, Participação, Orgulho Profissional e
conseqüentemente a Maximização do Rendimento Operacional Global.
O decálogo da educação,
segundo o Prof. Vicente Falconi resume a importância desse Pilar no
desenvolvimento do TPM.
1.    
A delegação é a base da educação.
2.     As pessoas têm que
aceitar o treinamento e desejar serem treinadas. Participação é a palavra -
chave para despertar o desejo de ser treinado.
3.     O treinamento na tarefa
decorre dos procedimentos operacionais. Os procedimentos operacionais são a
descrição do trabalho a ser executado em cada tarefa e destes decorrem os
manuais de treinamento na tarefa (com desenhos, fotos, vídeos, filmes).
4.    
O treinamento é um meio para atender a um objetivo.
5.     Todo treinamento deve ser
acompanhado da aplicação prática dos conhecimentos e habilidades adquiridos.
6.     Sempre que possível,
devem - se utilizar instrutores internos, em especial as chefias.
7.     Depois de algum tempo, os
cursos devem ser padronizados (apostilas, vídeos, filmes, transparências e
etc..), de tal  forma que a mensagem
transmitida seja sempre a mesma.
8.    
É necessário haver um plano de doutrina, educação e treinamento.
9.     Todo treinamento
conduzido na empresa é de responsabilidade total da chefia direta do empregado.
10.     O conhecimento caminha na
direção do elogio.
Cada tipo de Empresa
requer um grau de habilidades diferentes para sua Equipe, logo é importante
saber: qual a complexidade dos equipamentos e as habilidades dos Operadores e
Manutentores antes de elaborar qualquer Programa de treinamento.
O TPM, através de
trabalhos desenvolvidos em Equipe, para atingir a Maximização do Rendimento
Operacional Global deverá estar voltado para todos os conceitos aqui
apresentados, de forma bastante resumida, mas que devem ser atacados e
perseguidos, incessantemente.
Algumas dificuldades
aparecerão durante o desenvolvimento do TPM, a maioria, por incrível que pareça,
colocada pelos próprios Gerentes, Supervisores e Chefes.
Para se atingir um nível
de Excelência Operacional, deve-se lutar bastante para se mudar a forma de
Gestão, transformando nosso modelo Paternalista Autoritário em Gestão
Participativa, que permita o crescimento profissional de toda a Equipe seguindo
os quatro estágios abaixo:
1.   Desenvolvimento de
Pessoal
2.   Desenvolvimento de
Melhorias
3.   Resolução de Problemas
4.   Autocontrole
O Programa TPM busca
exatamente o autocontrole de todos os envolvidos para atingir a Maximização do
Rendimento Operacional Global.






 
 
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