• domingo, 2 de dezembro de 2012

    O que é IPA?


    Hoje vamos nos aprofundar na seguinte discussão iniciada em um post lá atrás:

    "Importantíssimo: O PMBOK não é metodologia!! É boa prática! Esta definição é fundamental, pois apesar do PMBOK trazer todas as boas práticas de um Gerenciamento de Projeto, ele não obriga aplicar todas estas práticas, afinal vai depender das características do projeto a ser feito a necessidade de aplicar esta ou aquela boa prática, e quem vai definir isto é o GP.  Isto inclusive está claro no PMBOK.  É claro que existem boas práticas que são mandatórias e em alguns caso seria falta de ética não utilizá-las, mas é a empresa ou o GP que escolhe a metodologia que será aplicada para o desenvolvimento do projeto e baseado nesta escolha, se define quais boas práticas serão aplicadas.  Se fosse metodologia seríamos forçados a aplicar tudo o que estava escrito.  A empresa também pode adotar metodologias diferentes para cada tipo de projeto. Para isso, ela deve criar parâmetros para definir a complexidade do projeto, tais como: importância do cliente; importância dentro do planejamento estratégico da empresa; estimativas de custo; estimativas de prazo; etc. Metodologias mais simples para projetos de pequena complexidade e metodologias mais rebuscadas para projetos mais complexos.  Lembrando que quanto mais complexa for a metodologia, mais esforços (custos) a empresa terá que concentrar no Gerenciamento de Projetos. Vale ressaltar que o sucesso na criação e implementação de uma metodologia de Gerenciamento de Projetos depende diretamente da participação e apoio da alta cúpula da organização.

    Exemplo de metodologias: IPA (O IPA, tem uma metodologia própria, não claramente divulgada, de dar um número para mensurar o FEL no momento de aprovação do Projeto) , (...) e por aí vai."

    Leia também os post intitulados: Processos do gerenciamento do projeto e Ciclo de vida do projeto x ciclo de vida do produto para um melhor entendimento do texto a seguir.

    Isto posto (desculpe o trocadilho), o que eu disse que iríamos nos aprofundar é na metodologia IPA.

    As letras IPA formam as iniciais de "IndependentProject Analysis".  É uma empresa sediada nos Estados Unidos, fundada em 1987, cuja razão de ser é comparar e analisar Projetos realizados em todo o mundo, provendo uma exclusiva orientação de pesquisa voltada para a análise de viabilidade de projetos, se tornando uma poderosa ferramenta de melhoria contínua.
    Atualmente os seus projetos de pesquisa e avaliação estão sendo plenamente aplicados nos seguintes seguimentos da industria: Petróleo e Gás, Industria Química, Farmacêutica, Produção de Pasta e Papel, Produtos Químicos Especiais, Mineração, Processamento e Beneficiamento de Metais, ou seja: MEGA EMPREENDIMENTOS!

    O IPA oferece todo o conhecimento na disciplina de aplicação e avaliação de investimentos de capital.  Esses programas possuem uma ligação direta com os processos do PMI e suas boas práticas para a gestão de valor.

    Vamos imaginar o seguinte, antigamente as grandes empresas conduziam seus empreendimentos da seguinte forma: o projeto básico era executado internamente e após a sua conclusão era feita a contratação de uma empresa para fazer a engenharia de detalhamento e posteriormente a contratação de uma empresa para a execução da obra, enquanto que os equipamentos necessários seriam adquiridos pela própria empresa. Isto podia modificar-se um pouco, sendo que o projeto executivo e a construção ficassem na mão de uma empresa só.  Nesta época, os projetos evoluíam de etapa em etapa sem que houvesse qualquer sistemática de avaliação e aprovação das fases dos empreendimentos, fazendo com que os mesmos tivessem baixa produtividade, Às vezes com o início das obras enquanto o projeto executivo era desenvolvido, e chegava-se ao final sem ter tido uma avaliação sistemática da viabilidade técnica e econômica do empreendimento.

    Nos anos 90, os institutos PMI e IPA desenvolvem abordagens de Gerenciamento de projetos que diferem entre si, porém que se complementam, enquanto uma preconiza as boas práticas a outra determina uma metodologia baseada na sua experiência e levantamentos ao longo dos anos com empresas de todo o mundo, desde a idéia até os estágios iniciais de operação, desenvolvendo ferramentas de análise estatística que permitem a comparação do desempenho de projetos de uma mesma área de aplicação, projetando sistemas executados globalmente.

    Como as fases iniciais têm grande influência nos resultados dos projetos (embora o investimento ainda é menor), concluiu-se que nestas fases iniciais é que devem ser aprofundados os estudos para sua avaliação e aprovação, evitando-se modificações maiores nas fases mais avançadas, no momento quando a habilidade de influenciar mudanças no projeto é relativamente alta e o custo para efetuar estas mudanças é baixo.

    Desta forma, o IPA como metodologia de projeto, caracterizou o ciclo de vida do projeto dividindo-o em fases/processos chamadas de FRONT END LOADING (FEL), EXECUÇÃO e OPERAÇÃO.


    FRONT END LOADING, poderia ser traduzido literalmente como "Nível ao Final da Frente" ou ainda "Carregamento Frontal", o que não faria muito sentido não é mesmo?  Para tentar fazer mais sentido, vamos entender como "Grau de Definição", apesar de que na verdade quer dizer muito mais, significa quantas e quais informações temos e qual a qualidade delas em diversos momentos do planejamento do projeto.

    As fases de FRONT END LOADING são consideras fases de definição do empreendimento, sendo elas responsáveis por todo o planejamento do empreendimento, definindo o que será feito, quando, por quem e quais os recursos necessários.  Portanto, esta metodologia é  o processo pelo qual uma companhia identifica e define o escopo de um projeto importante para alinhar com a necessidade do negócio. 


    O processo também se utiliza de stage-gates (portões de passagem), onde cada estágio passa por uma validação formal no ciclo de vida do projeto antes de receber fundos ou proceder para o próximo estágio de trabalho. Nestes portões o projeto pode ser cancelado, aprovado ou ficar em espera (para revisão) de acordo com o nível de definição do projeto.  Esta é uma das razões para se adotar o FEL , pois é a oportunidade que a ferramenta oferece para potencializar o nivelamento e o agrupamento dos projetos, de acordo com o seu estágio de maturidade, proporcionando tranquilidade e segurança à direção executiva da organização para a tomada de decisão referente à autorização do investimento.  As fases e os portões foram criados justamente para que as empresas possam nortear as suas decisões embasando-se pelo banco de dados do IPA contendo os benchmarks dos projetos.

    Em um próximo post, iremos detalhas estas fases.

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