• quarta-feira, 13 de agosto de 2014

    Em tempos de guerra, empresa Brasileira desenvolve microturbina para mísseis.

    Em um mercado crescente em que guerras como a do Iraque, Israel x Gaza e Ucrânia x Russia vem dominando os noticiários, uma empresa brasileira aproveita destes tempos negros para inovar na fabricação de turbinas para mísseis.

    A empresa se chama Polaris e fica localizada em São José dos Campos (SP), região marcada por grandes empresas do setor aeroespacial, liderada pela Embraer. A Polaris existe desde 1999, se dedicando basicamente a pesquisa e desenvolvimento de projetos e protótipos de turbinas de vários tipos, incluindo uma para geradores de energia.

    A turbina em questão, chamada de TJ2000, de 10kg e 16 cm de diâmetro,  é capaz de impulsionar um míssil de 500kg. A microturbina a gás de apenas 160 mm de diâmetro, capaz de gerar 200 lbf de empuxo, pesando apenas 10Kgs e com até 300km de alcance. Segundo informação da Exame, a peça está despertando o interesse devido a Polaris ter criado um novo desenho revolucionário de compressor - um dos componentes da turbina - que é compacto e eficiente, permitindo baixar significativamente o consumo de combustível.  Dessa forma, o míssil pode ter alcance maior ou pode levar menos combustível, o que deixa espaço para uma carga explosiva mais poderosa.  Segundo a Polaris, em um vôo de 250 km, por exemplo, gastaria apenas 50 litros de querosene de aviação, uma autonomia excelente para os padrões atuais.

    Com esta inovação, o Brasil poderia se credenciar a desenvolver este nicho de mercado, abrindo uma porta para os fabricantes de foguetes de baixo calibre migrarem para a produção de mísseis, de baixo custo, para missões de longo alcance.  Mas aí é que a "porca torce o rabo".  

    Apesar da empresa ter desenvolvido o protótipo da microturbina com recursos do governo brasileiro, através do programa de investimento em inovação tecnológica do FINEP, a empresa ainda não conseguiu sair da fase de desenvolvimento para a fabricação.  A TJ200 foi exposta em eventos de armamentos e inclusive com representantes do Ministério da Defesa. Segundo Klein, sócio-diretor da Polaris, ela despertou interesse de diversos fabricantes de armamentos, mas nenhum ainda se pronunciou.  Nem no BNDES (que tem o papel de estimular o crescimento da indústria nacional) conseguiram apoio, e ainda foram aconselhados a se juntarem com outras grandes empresas do ramo.  

    A América Latina hoje não possui nenhum fabricante de turbina e a tecnologia desenvolvida pela Polaris poderia credenciar o Brasil a integrar o rol dos maiores fabricantes do mundo, podendo ser beneficiada por ter uma indústria de ponta, avanço tecnológico e alta tecnologia embutida, além do alto valor agregado do produto.  A receita que isso traria para o país seria muito grande.  

    Dessa forma, segundo a diretoria da empresa, como não tiveram apoio do governo brasileiro, a única possibilidade real que surge é da Polaris se associar com um fabricante norte-americano, transferindo a tecnologia para os EUA e a empresa deixando de ser braileira.








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