• quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

    Como nascem os projetos?


    Garanto que não é de uma ideia ou razão qualquer, nem mesmo do acaso. Se formos pensar em termos de organização, o projeto por ter início devido a alguns motivadores, que podemos dividir por exemplo em:


    1.       Necessidade da organização.  Fica meio vago que tipo de necessidade é essa, mas é assim mesmo, já que existem tantas organizações e de tantos tipos que a necessidade da realização de um projeto fica subjetivo a necessidade de uma determinada organização.

    2.       Demanda de mercado. Esta também pode se confundir com a necessidade da organização.  As exigências de um mercado, de um setor, podem gerar a necessidade de se iniciar um projeto.

    3.       Solicitação do cliente. O cliente pode em diversos casos solicitar diretamente o que ele quer, e aí a empresa tendo o objetivo de satisfazer aquela necessidade inicia um projeto.

    4.       Avanço Tecnológico.  É só você parar pra pensar no segmento de informática ou até automobilístico para entender facilmente a quantidade enorme de projetos que surgem devido aos avanços tecnológicos necessários para atender uma demanda de mercado ou necessidade da organização.

    5.       Requisito Legal. Normalmente isto gera projetos com o objetivo da empresa não perder tanto dinheiro, pois normalmente os requisitos legais ou mudança de legislação sempre vem exigindo alguma melhoria tecnológica ou adequação de processo e/ou procedimento.

    6.       Necessidade social.  Normalmente são projetos voltados para o Terceiro Setor, envolvendo projetos relacionados a comunidades, meio ambiente, responsabilidade social, etc.

    E por aí vai... o importante é perceber que existem inúmeras razões para um projeto nascer, e a partir daqui, o próximo passo seria gerar um Business Case (Plano de Negócio) sintetizando todo levantamento feito para verificar a viabilidade do referido projeto, sempre levando em conta a demanda, o prazo, o custo, gestão estratégica e análise do ambiente. Há toda uma literatura que ensina como se fazer um Business Case, e não iremos entrar em detalhes por ser um assunto para um post próprio.  Mas é importante saber também que as necessidades apontadas acima, normalmente não geram apenas um único projeto, mas vários projetos para atender várias alternativas. Nesse caso, é necessário utilizar uma metodologia para seleção do projeto para determinar qual realmente será mais viável e que atingirá o objetivo de forma mais eficiente para a organização.  O PMBOK não diz qual a metodologia a ser utilizada para esta seleção, até porque se pensarmos em termos de PMBOK, ele trata de um projeto já definido, PRONTO para iniciar, e o Gerente de Projeto teoricamente não deveria se envolver com isto, mas  aí você vai me perguntar:  o PMI simplesmente ignora esta seleção?  Calma lá, claro que não, para o PMI a área de Portfólios/Programas é que deveria cuidar disto, portanto é lá onde se deve aprofundar mais nesta metodologia de seleção de projetos.   Cada macaco no seu galho.

    Mas existem várias técnicas, elas não são citadas no PMBOK, mas é importante estar familiarizado, tais como: Payback, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, Análise de custo-benefício, Valor Econômico Agregado, etc.  O importante aqui, é saber que um projeto não irá chegar para você do nada, e nem de nenhum guru, ele passará por diversas análises até se chegar a conclusão de que realmente vale a pena a fazer.

    Mas lembre-se, mesmo assim, você como Gerente de Projeto, na hora em que estiver nas fases de iniciação e planejamento, poderá chegar a conclusão que o projeto não será viável, mesmo com a análise feita anteriormente.  Sabe por quê?  Porque na fase de seleção de projetos se trabalhou com estimativas brutas, grosseiras  e provavelmente não se levou em conta uma série de fatores, que só foi detectado quando você realizou por exemplo uma análise de risco mais abrangente, um levantamento de prazo e custo mais detalhado nas fases de Iniciação e Planejamento, portanto é responsabilidade sua como Gerente de Projeto informar a alta administração ou sponsor do projeto, caso a conclusão seja de inviabilidade. Fácil assim!

    3 comentários:

    1. Existe um tipo de premonição da minha cabeça, por ser projetista desde 1983, tenho em mente atender a necessidade, ou que o produto irá atender a população no que eles precisam. Projetar é uma arte, e para esta arte tem que ter dom de imaginar os movimentos de mecanismos no espaço, não como deveria ser mas de forma eclética, ai se tem em mente se existe viabilidade ou não, e outras ferramentas que giram a cabeça do projetista, se o produto final será algo aceitável, para tanto existe meios de se chegar a um consenso antes de fazer um sonho virar realidade, ou atender ao que um cliente solicita, ai existem uma série de questões envolvidas, que pode resultar no fracasso de um produto, se for algo pago e o projetista não ver viabilidade, mesmo assim é pago para projetar algo inviável, a sua função é alertar o cliente e não tirar o seu investimento que será sem retorno. Já alertei investidores que o almejado não traria resultado satisfatório, e isto é como voce desmoronar um castelo antes, do que depois ser caluniado de incompetente, o dinheiro não compra um projetista nato e fiel.

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    2. Caro Edison,
      Em geral concordo com o que escreveu apenas gostaria de alertar que esta citação do Gui PMBOK é errado: "Mas existem várias técnicas e elas são citadas no PMBOK como Payback, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, Análise de custo-benefício, Valor Econômico Agregado, etc."

      O Guia PMBOK não cita essas técnicas para escolha de projetos, as menciona no plano de gerenciamento de custos (vide página 198). Qunado descreve Business Case como entrada de Termo de Abertura de Projeto (página 96) somente menciona a técnica "Analise Benefício/Custo".

      Para uma abordagem mais robusta, devemos usar a metodologia PRINCE2 que tem um princípio (Justificação continuada de negócios) e um Tema (Business Case) que norteia o projeto desde a fase pré-projeto até a fase pós-projeto na qual devemos confirmar os benefícios (financeiros e/ou intangíveis) de nosso projeto.

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    3. Caro Farhad, obrigado pelo comentário e alerta, com certeza o PMBOK não traz estas informações literalmente no seu texto, mas existem várias informações que não estão incluídas especificamente no PMBOK, mas que é obrigação um Gerente de Projeto conhecer e são cobradas inclusive na prova de certificação. Existem até processos que o PMBOK não cita e que na prática todo bom GP aplica. O Guia PMBOK, muitas vezes para não ser específico, generaliza as coisas ou toca de modo superficial, e no fundo sabemos que existem várias técnicas omitidas. O objetivo do blog é expor um pouco mais do que está no PMBOK, em uma visão que tento compartilhar através das minhas próprias experiências. Não sou o "dono da verdade" até porque existem muitas versões da "verdade", mas resolvi corrigir o texto para evitar dúvidas e incoerência com relação ao PMBOK, mas a essÊncia permanece, ainda que normalmente GPs não estejam envolvidos na seleção de projetos, eles precisam manter o foco no Business Case durante todo o projeto, e desta forma, precisam saber por que seu projeto foi selecionado, estar familiarizado com as técnicas de seleção citadas, e como ele se encaixa no plano estratégico da organização para poder satisfazer estas necessidades, é vital!

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