• quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

    Comentários sobre o PMI e o PMBOK

    Voltamos a escrever sobre Gerenciamento de Projetos, e para começar, gostaria de discorrer alguns comentários sobre o PMI e o tão famigerado PMBOK (aliás, excelente publicação sonífera para se ler a noite, diga-se de passagem).  Mas o que é o PMBOK?  Este livro não descreve uma metodologia e sim é um guia das melhores práticas para se gerenciar um projeto.

    Projeto é algo que se faz desde as pirâmides do Egito, ou seja, as pirâmides foram o resultado de um projeto.  Aqueles navios de madeira (Caravelas) que foram construídos para cruzarem o oceano, também são exemplos de projetos.  Mas é claro, que estes projetos aconteceram na sua maioria no processo de “tentativa e erro”, sem uma metodologia ou prática ideal. 

    Imagine as primeiras grandes guerras, o número complexo de planejamento a ser feito, pessoas envolvidas, logística, sigilo das informações, etc. Imagine só, desembarcar as tropas aliadas na Normandia, apesar de imaginarmos sempre como algo fenomenal, talvez tenha sido a parte mais “fácil”, pois se pare pra pensar, o trabalho que deu para que tudo fosse planejado e implementado para que o desembarque ocorresse com sucesso?  Eles tiveram que construir vários portos, criar uma linha de abastecimento da Inglaterra até o território inimigo, manter o sigilo e ao mesmo tempo uma boa comunicação sendo que a operação envolvia milhares de pessoas, obter informações e dar informações privilegiadas de modo a confundir o inimigo, suprir todas as equipes com os recursos necessários (roupas, armas, alimentos, rádios, etc..), enfim, um complexo e estupendo planejamento que não podia falhar, tinha uma data limite, e se falhasse os aliados perderiam a guerra.

    E toda esta experiência militar, foi levada para o âmbito civil depois da guerra, iniciando-se lá pelos anos 50 e 60, quando as pessoas e organizações começaram a se perguntar por que alguns projetos dão certo e outros não dão certo?  Por que atrasam?  Por que um foi feito desta maneira e outro de outra?

    Então, um grupo de pessoas começou a se reunir e discutir afinal, qual seria melhor prática para possibilitar que os projetos dessem certo, ou pelo menos garantisse uma grande chance de sucesso? E dessas reuniões, discussões, análises e documentos, nasceu o PMI ( Project Management Institute).  O PMI não é o único órgão do mundo que cuida da gestão de projetos, mas foi o que mais se proliferou pelo mundo afora, e é onde se define até hoje as boas práticas para um projeto, ser bem planejado, executado e bem concluído, ou seja, ser um projeto de sucesso, definido pelas boas práticas escritas no PMBOK, que atualmente está na sua 5ª. Edição, pois a cada 4 anos é feito uma revisão para verificar se as práticas definidas até então, continuam sendo as melhores.  Houve até pessoas que disseram que o PMBOK da 4ª. Para 5ª. Iria mudar muito, pessoal, estas práticas foram sendo desenvolvidas durante décadas, vocês acham que vai haver mudanças significativas no intervalo de 4 anos? Acho muito difícil.  Apenas pequenos ajustes e melhorias.

    Lembrando que estas práticas podem ser aplicadas para qualquer área, desde engenharia, informática, medicina, etc.  Outra coisa muito importante do PMBOK, além de definir as boas práticas, é criar uma linguagem comum em um mundo globalizado, em que cada vez mais as equipes tem que interagir com culturas e pessoas de diferentes níveis e lugares. Pense por exemplo no Brasil, país de dimensões continentais,  diferentes regiões que possuem linguagens e culturas diferentes? Imagine você falar, vamos fazer uma EAP?  E alguns não fazerem ideia do que é uma EAP? O PMBOK ajuda neste sentido, pois padroniza o vocabulário, a dinâmica do processo, e fica mais fácil de gerenciar o projeto.


    E qual a melhor forma de ler o PMBOK?  Não sei, cada um tem a sua. Não existe fórmula mágica, cada um tem sua dinâmica de estudo.  Observe e respeite sua própria característica de estudo.

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