Voltamos a escrever sobre Gerenciamento de Projetos, e para
começar, gostaria de discorrer alguns comentários sobre o PMI e o tão
famigerado PMBOK (aliás, excelente publicação sonífera para se ler a noite,
diga-se de passagem). Mas o que é o
PMBOK? Este livro não descreve uma
metodologia e sim é um guia das melhores práticas para se gerenciar um projeto.
Projeto é algo que se faz desde as pirâmides do Egito, ou
seja, as pirâmides foram o resultado de um projeto. Aqueles navios de madeira (Caravelas) que
foram construídos para cruzarem o oceano, também são exemplos de projetos. Mas é claro, que estes projetos aconteceram
na sua maioria no processo de “tentativa e erro”, sem uma metodologia ou
prática ideal.
Imagine as primeiras grandes guerras, o número complexo de
planejamento a ser feito, pessoas envolvidas, logística, sigilo das
informações, etc. Imagine só, desembarcar as tropas aliadas na Normandia,
apesar de imaginarmos sempre como algo fenomenal, talvez tenha sido a parte
mais “fácil”, pois se pare pra pensar, o trabalho que deu para que tudo fosse
planejado e implementado para que o desembarque ocorresse com sucesso? Eles tiveram que construir vários portos,
criar uma linha de abastecimento da Inglaterra até o território inimigo, manter
o sigilo e ao mesmo tempo uma boa comunicação sendo que a operação envolvia
milhares de pessoas, obter informações e dar informações privilegiadas de modo
a confundir o inimigo, suprir todas as equipes com os recursos necessários
(roupas, armas, alimentos, rádios, etc..), enfim, um complexo e estupendo
planejamento que não podia falhar, tinha uma data limite, e se falhasse os
aliados perderiam a guerra.
E toda esta experiência militar, foi levada para o âmbito
civil depois da guerra, iniciando-se lá pelos anos 50 e 60, quando as pessoas e
organizações começaram a se perguntar por que alguns projetos dão certo e
outros não dão certo? Por que atrasam? Por que um foi feito desta maneira e outro de
outra?
Então, um grupo de pessoas começou a se reunir e discutir
afinal, qual seria melhor prática para possibilitar que os projetos dessem
certo, ou pelo menos garantisse uma grande chance de sucesso? E dessas
reuniões, discussões, análises e documentos, nasceu o PMI ( Project Management
Institute). O PMI não é o único órgão do
mundo que cuida da gestão de projetos, mas foi o que mais se proliferou pelo
mundo afora, e é onde se define até hoje as boas práticas para um projeto, ser
bem planejado, executado e bem concluído, ou seja, ser um projeto de sucesso,
definido pelas boas práticas escritas no PMBOK, que atualmente está na sua 5ª.
Edição, pois a cada 4 anos é feito uma revisão para verificar se as práticas
definidas até então, continuam sendo as melhores. Houve até pessoas que disseram que o PMBOK da
4ª. Para 5ª. Iria mudar muito, pessoal, estas práticas foram sendo
desenvolvidas durante décadas, vocês acham que vai haver mudanças
significativas no intervalo de 4 anos? Acho muito difícil. Apenas pequenos ajustes e melhorias.
Lembrando que estas práticas podem ser aplicadas para
qualquer área, desde engenharia, informática, medicina, etc. Outra coisa muito importante do PMBOK, além
de definir as boas práticas, é criar uma linguagem comum em um mundo
globalizado, em que cada vez mais as equipes tem que interagir com culturas e
pessoas de diferentes níveis e lugares. Pense por exemplo no Brasil, país de
dimensões continentais, diferentes
regiões que possuem linguagens e culturas diferentes? Imagine você falar, vamos
fazer uma EAP? E alguns não fazerem
ideia do que é uma EAP? O PMBOK ajuda neste sentido, pois padroniza o
vocabulário, a dinâmica do processo, e fica mais fácil de gerenciar o projeto.
E qual a melhor forma de ler o PMBOK? Não sei, cada um tem a sua. Não existe
fórmula mágica, cada um tem sua dinâmica de estudo. Observe e respeite sua própria característica
de estudo.
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