• segunda-feira, 31 de março de 2014

    Estruturas Matriciais


    As empresas começaram a perceber que nas estruturas funcionais, que vinham desde o passado, acarretavam um desperdício grande de recursos, pois se a empresa precisasse de um engenheiro para desenvolver um projeto, e se ele não estivesse disponível no departamento de engenharia, ela teria de contratar um.  Mas neste caso, a necessidade deste engenheiro era para apenas algumas horas de trabalho naquele projeto, e talvez no próximo projeto em 4 meses, uns 30% do seu tempo, o que oneraria muito os projetos com sua contratação. 

    Então, as empresas começaram a perceber que poderiam utilizar melhor seus recursos, se os mesmos não ficassem presos apenas a uma estrutura funcional, mas que pudesse compartilhar suas atividades em diferentes momentos e em diferentes projetos, sob a supervisão de diferentes gestores, e aí foi nascendo a estrutural chamada matricial.

    Uma das primeiras empresas de que me lembro, que começou a utilizar esta estrutura, e a utilizou muito bem nos anos 70, foi a NASA, que trabalhava desde aquela época seguindo uma estrutura matricial, onde os cientistas que atuavam em um projeto, eram consultores em outros projetos. Eles pegavam seus melhores profissionais, e os compartilhavam em vários projetos, otimizando os recursos de uma forma melhor.  E, diga-se de passagem, não nos referimos apenas aos recursos humanos, como também, aos recursos materiais.  Por que eu uso um computador apenas metade do dia e deixo ele ocioso no restante da tarde, ao invés de compartilhá-lo com outros?

    Como Gerentes de Projetos, temos que saber diferenciar o que é uma Matriz Fraca e uma Matriz Forte, e isso é definido basicamente pela autonomia que o Gerente de Projetos possui dentro da estrutura matricial.  Mesmo nas empresas matriciais, ainda existem os departamentos e os chefes destes departamentos, conhecidos também como Gerentes Funcionais.  Então, podemos ter um consultor atuando em vários projetos, respondendo a vários Gerentes de Projetos, mas este consultor estará também respondendo a um gestor funcional.   Daí, se o Gestor funcional deste consultor, possui mais poder do que os Gerentes de Projetos, podemos chamar esta matriz de uma Matriz Fraca.   Agora, se o Gerente de Projetos e o Gerente Funcional possuir a mesma força de decisão, vamos chamar esta matriz de balanceada. E no sentido inverso, se o Gerente de Projetos possui mais poder que o Gerente Funcional, ou seja, suas ordens vão valer mais do que as ordens do Gerente Funcional, então dizemos que esta é uma Matriz Forte.  Esclarecendo ainda mais: se o consultor estiver alocado em vários projetos que ultrapassem sua carga de trabalho diária, e os Gerentes tiverem que chegar a uma decisão sobre quais o consultor realmente irá trabalhar em detrimento de outras atividades, e quem decidir isso, for o Gerente de Projetos, este é o exemplo de uma Matriz Forte.

    Vale lembrar, que tudo tem seu lado bom e seu lado ruim, afinal, se a estrutura matricial é muito bom para a empresa, imagina quando este consultor que trabalha em vários projetos ao mesmo tempo, tiver que tirar férias??  Outro aspecto que tem dois lados da moeda é a questão da comunicação, que numa estrutura matricial se torna mais dinâmica, e por outro lado muito mais complexo.  E não podemos esquecer que a responsabilidade de alocar recursos pelo Gerente de Projetos vira um pandemônio ao longo do tempo, pois também vai se tornando mais complexa, na medida em que o projeto avança, atrasa, surgem problemas, etc.


    E mais recentemente, surgiram empresas com estrutura voltada exclusivamente para fazer projetos, são as chamadas estruturas projetizadas, com equipes montadas exclusivamente para o desenvolvimento de projetos.  Este tipo de estrutura seria o nirvana para o Gerente de Projetos, já que teria todos os recursos disponíveis para serem utilizadas nos projetos.   O GP teria todo poder para contratar e demitir quem ele quisesse.  Um exemplo desta estrutura, normalmente são os grandes consórcios criados para “tocar” grandes projetos da Petrobras, ou do Governo (hidrelétricas, rodovias, etc).  As empresas se unem, e as equipes são montadas exclusivamente para atuar nos projetos.  Mas como tudo tem sua desvantagem, o problema dessa estrutura é que se não tiver outro projeto, assim que você termina suas atividades naquele projeto, você é simplesmente desmobilizado, isto é, demitido!

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