As empresas começaram a perceber que nas estruturas
funcionais, que vinham desde o passado, acarretavam um desperdício grande de recursos, pois se a empresa precisasse de um engenheiro para desenvolver um
projeto, e se ele não estivesse disponível no departamento de engenharia, ela
teria de contratar um. Mas neste caso, a
necessidade deste engenheiro era para apenas algumas horas de trabalho naquele
projeto, e talvez no próximo projeto em 4 meses, uns 30% do seu tempo, o que
oneraria muito os projetos com sua contratação.
Então, as empresas começaram a perceber que poderiam
utilizar melhor seus recursos, se os mesmos não ficassem presos apenas a uma
estrutura funcional, mas que pudesse compartilhar suas atividades em diferentes
momentos e em diferentes projetos, sob a supervisão de diferentes gestores, e
aí foi nascendo a estrutural chamada matricial.
Uma das primeiras empresas de que me lembro, que começou a
utilizar esta estrutura, e a utilizou muito bem nos anos 70, foi a NASA, que
trabalhava desde aquela época seguindo uma estrutura matricial, onde os
cientistas que atuavam em um projeto, eram consultores em outros projetos. Eles
pegavam seus melhores profissionais, e os compartilhavam em vários projetos,
otimizando os recursos de uma forma melhor.
E, diga-se de passagem, não nos referimos apenas aos recursos humanos,
como também, aos recursos materiais. Por
que eu uso um computador apenas metade do dia e deixo ele ocioso no restante da
tarde, ao invés de compartilhá-lo com outros?
Como Gerentes de Projetos, temos que saber diferenciar o que
é uma Matriz Fraca e uma Matriz Forte, e isso é definido basicamente pela
autonomia que o Gerente de Projetos possui dentro da estrutura matricial. Mesmo nas empresas matriciais, ainda existem
os departamentos e os chefes destes departamentos, conhecidos também como
Gerentes Funcionais. Então, podemos ter
um consultor atuando em vários projetos, respondendo a vários Gerentes de
Projetos, mas este consultor estará também respondendo a um gestor
funcional. Daí, se o Gestor funcional
deste consultor, possui mais poder do que os Gerentes de Projetos, podemos
chamar esta matriz de uma Matriz Fraca.
Agora, se o Gerente de Projetos e o Gerente Funcional possuir a mesma
força de decisão, vamos chamar esta matriz de balanceada. E no sentido inverso,
se o Gerente de Projetos possui mais poder que o Gerente Funcional, ou seja,
suas ordens vão valer mais do que as ordens do Gerente Funcional, então dizemos
que esta é uma Matriz Forte.
Esclarecendo ainda mais: se o consultor estiver alocado em vários
projetos que ultrapassem sua carga de trabalho diária, e os Gerentes tiverem
que chegar a uma decisão sobre quais o consultor realmente irá trabalhar em
detrimento de outras atividades, e quem decidir isso, for o Gerente de
Projetos, este é o exemplo de uma Matriz Forte.
Vale lembrar, que tudo tem seu lado bom e seu lado ruim,
afinal, se a estrutura matricial é muito bom para a empresa, imagina quando este
consultor que trabalha em vários projetos ao mesmo tempo, tiver que tirar
férias?? Outro aspecto que tem dois
lados da moeda é a questão da comunicação, que numa estrutura matricial se
torna mais dinâmica, e por outro lado muito mais complexo. E não podemos esquecer que a responsabilidade
de alocar recursos pelo Gerente de Projetos vira um pandemônio ao longo do
tempo, pois também vai se tornando mais complexa, na medida em que o projeto
avança, atrasa, surgem problemas, etc.
E mais recentemente, surgiram empresas com estrutura voltada
exclusivamente para fazer projetos, são as chamadas estruturas projetizadas,
com equipes montadas exclusivamente para o desenvolvimento de projetos. Este tipo de estrutura seria o nirvana para o
Gerente de Projetos, já que teria todos os recursos disponíveis para serem
utilizadas nos projetos. O GP teria
todo poder para contratar e demitir quem ele quisesse. Um exemplo desta estrutura, normalmente são
os grandes consórcios criados para “tocar” grandes projetos da Petrobras, ou do
Governo (hidrelétricas, rodovias, etc).
As empresas se unem, e as equipes são montadas exclusivamente para atuar
nos projetos. Mas como tudo tem sua
desvantagem, o problema dessa estrutura é que se não tiver outro projeto, assim
que você termina suas atividades naquele projeto, você é simplesmente
desmobilizado, isto é, demitido!
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