• segunda-feira, 14 de julho de 2014

    TPM – Uma metodologia voltada a Maximização do Rendimento Operacional Global

    O TPM (Total Performance Management – Gerenciamento da Produtividade Total) consiste em um Programa ou Metodologia que objetiva a Maximização do Rendimento Operacional Global, contando para isso, com a participação direta de Operadores e Manutentores qualificados. 

    Busca também a falha zero e quebra zero dos equipamentos, associado ao defeito zero nos produtos e perda zero no processo, atuando diretamente no lucro da Empresa à medida que melhora a Produtividade e conseqüentemente adquire maior Competitividade.

    O êxito do TPM depende da capacidade para conhecer contínua e perfeitamente o funcionamento e o estado do equipamento para prevenir e evitar falhas.

    Algumas características do Programa de TPM:

    1.     Engloba todo o Ciclo de Vida Útil dos Equipamentos e Máquinas.

    2.     Exige a participação direta da Engenharia, Produção e Manutenção.

    3.     Facilita a participação de todos os níveis hierárquicos da Empresa.

    4.     Motiva os funcionários através dos trabalhos realizados em Equipe.

    Podemos incluir alguns benefícios do TPM:

    1. Maior controle de peças de reposição e redução do estoque. 
    2. Melhoria das habilidades técnicas, desenvolvidas através de Educação e Treinamento, para atingir um grau elevado de Motivação, Participação e Orgulho Profissional. 
    3. Incentiva a Análise de Riscos e Falhas, à medida que os Operadores e Manutentores adquirem conhecimentos e participam das decisões diretamente.  
    Podemos resumir algumas funções nas áreas operacionais que fortalecem o TPM, em busca da Maximização do Rendimento Operacional:

    MÃO-DE-OBRA

    ·     Capacitada para zelar pelas máquinas,
    ·     Cumprindo corretamente os procedimentos do Processo
    ·     Efetuando ajustes, limpeza, inspeção e pequenos reparos.
    MÁQUINAS
    ·     Em condições ideais de trabalho, sem folgas ou perdas.
    ·     Com Disponibilidade acima de 90%.
    ·     Com MTBF alto e MTTR baixo.
    ·     Com Programa de Manutenção Planejada implantado.
    MÉTODOS
    ·     Padrões Técnicos claros e sendo cumpridos.
    ·     Sistema de gerenciamento de Manutenção implantado
    ·     Padrões de Operação sendo cumpridos.
    ·     Análise de Riscos e Falhas sendo realizado.

    “O TPM deve ser desenvolvido com uma simplicidade maior que as pregadas nos livros e a estratégia é priorizar os esforços na implantação de medidas práticas que produzam resultados a curto e médio prazo”. ( H. Ribeiro) 

    O Programa TPM é sustentado por Oito Pilares Básicos:

    1. Melhorias Específicas

    5. Controle Inicial
    2. Manutenção Autônoma

    6. Educação e treinamento
    3. Manutenção Planejada

    7. Áreas Administrativas
    4. Manutenção da Qualidade

    8. Segurança e Meio Ambiente

    O TPM é mudança cultural, portanto, as modificações estruturais e comportamentais necessárias não ocorrerão automaticamente, da noite para o dia, ou na velocidade que todos gostariam, sendo variável em cada Empresa, dependendo de sua cultura, do envolvimento e comprometimento da Alta Gerência, do porte, nível tecnológico e outras premissas.

    Conforme dito no início, o Programa de TPM objetiva a Maximização do Rendimento Operacional Global e para isto devemos ter:
    ·         Equipamentos em condições ideais de funcionamento.
    ·         Pessoas treinadas e habilitadas.
    ·         Procedimentos Técnicos sendo cumpridos.

    Dos Oito Pilares Básicos, normalmente são utilizados mais freqüentemente apenas quatro na implantação do Programa TPM, são eles:

    PILAR DE MELHORIAS ESPECÍFICAS:

    O Pilar de Melhorias Específicas aborda a eliminação das Seis Grandes Perdas e a Eficiência Global dos Equipamentos, mas não deve ser perseguido a Eficiência Máxima dos Equipamentos, separadamente, pois poderão gerar desperdícios, segundo os conceitos de Shigeo Shingo abaixo:
    1.     A quantidade a ser produzida deve ser determinada unicamente pelo número de pedidos;
    2.     Se os processos de mais baixa capacidade podem produzir a quantidade requerida, a operação de processo de maior capacidade é mantida no mesmo nível do processo de baixa capacidade, através da diminuição da velocidade de processamento ou via operação intermitente;
    3.     Se a capacidade de processamento mais baixa (GARGALO), é insuficiente para produzir a quantidade necessária, ela deve ser melhorada.

    Baseado nesses conceitos, Shigeo Shingo no livro – O Sistema Toyota de Produção, desafia a abordagem convencional de que cada processo deve ser operado à Eficiência Máxima, afirmando que o balanceamento entre as capacidades do processo para eliminar acúmulo entre estágios é a abordagem mais eficiente de todas.

    As Seis Grandes Perdas são:

    1.  Quebras Esporádicas ou Crônicas
    2.  Devido a Ajustes, Preparação e Regulagens.
    3.  Pequenas paradas, trabalho lento ou em vazio.
    4.     Instabilidade no início da Operação.
    5.     Redução de Ritmo ou Capacidade
    6.     Problemas de Qualidade.
    COMPOSIÇÃO DOS TEMPOS DE UM PROCESSO INDUSTRIAL:

     

    TEMPO CALENDÁRIO DO EQUIPAMENTO


    TEMPO DE TRABALHO

    PARADAS PROGRAMADAS
    TEMPO DE OPERAÇÃO
    PARADAS NÃO PROGRAMADAS

    TEMPO REAL DE OPERAÇÃO
    PERDAS DE VELOCIDADE


    DISPONIBILIDADE

    PERDAS ACUMULADAS DO EQUIPAMENTO

     
    PILAR DE MANUTENÇÃO AUTÔNOMA:

    O Pilar de Manutenção Autônoma é uma das partes mais visíveis do TPM, onde o impacto visual e as mudanças no ambiente de trabalho são percebidas com o aumento do COMPROMETIMENTO dos Operadores e Manutentores.

    OBJETIVOS PRINCIPAIS:

    ·         Evitar o desgaste acentuado do equipamento através de uma operação correta e inspeção diária.
    ·         Estabelecer os parâmetros básicos necessários para manter o equipamento permanentemente em boas condições.
    ·         Manter as condições ideais do equipamento através da restauração e gestão apropriada.

    A implantação do Pilar de Manutenção Autônoma deve ter três propósitos:

    1.      Determinar uma meta comum para a Produção e Manutenção, para que estabeleçam as condições básicas de funcionamento dos equipamentos a fim de reduzir o desgaste acelerado;

    2.      Determinar Programa de Treinamento para os Operadores aprenderem mais sobre as funções de seus equipamentos, os problemas mais comuns que podem ocorrer, como devem ser tratados e como podem evitá-los;
    3.      Preparar os Operadores para serem parceiros ativos da Manutenção e Engenharia em busca de uma melhora contínua do Rendimento Global e Confiabilidade de seu equipamento. 

    PILAR DE MANUTENÇÃO PLANEJADA:

    Esse Pilar objetiva manter os Equipamentos e Processos em condições ideais para atingir a Maximização do Rendimento Operacional Global.

    O Pilar de Manutenção Planejada estrutura a manutenção da Empresa, a fim de conduzir intervenções planejadas, gerenciamento de manutenção e eliminação das paradas imprevistas.

    CONSERTAÇÃO X ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO:

    Um dos fatores que contribuem consideravelmente para os excessivos tempos de parada e a baixa confiabilidade do setor de manutenção, é a aceitação pela equipe, incluindo a chefia, da necessidade de improvisar porque peças de reposição e ferramentas especiais raramente estão disponíveis ou então porque o setor de produção não dá o tempo necessário que o serviço exige. 

    Esse tipo de procedimento deve ser combatido por todos, uma vez que a reputação de toda a equipe estará em jogo.  Será que alguém tem a coragem de viajar em um avião com GATILHOS ou GAMBIARRAS?

    Peças de reposição de baixa qualidade também são responsáveis por diminuir a credibilidade do serviço de manutenção.  

    O setor de CONSERTAÇÃO INDUSTRIAL tem as seguintes características:

    ·         Alta taxa de retrabalho.
    ·         Pessoal com bom condicionamento físico (correm o dia todo).
    ·         Falta de pessoal qualificado.
    ·         Convivência pacífica com problemas crônicos.
    ·         Falta de peças de reposição e compras sempre urgente.
    ·         Número elevado de serviços não previstos.
    ·         Baixa produtividade (taxa de utilização de mão-de-obra).
    ·         Histórico de manutenção inexistente ou não confiável.
    ·         Atendimentos solicitados verbalmente, sem controle de Ordens de Serviço.
    ·         Abuso de GAMBIARRAS e GATILHOS.
    ·         Horas extras em excesso.
    ·         Falta de Planejamento prévio de manutenção.
    ·         Taxa de Manutenção Corretiva não Planejada muito alta.
    ·         Grande Fartura (farta tempo, farta material, farta gente, etc..)

    As conseqüências são inevitáveis, como por exemplo:

    ·         Moral da equipe muito baixa.
    ·         Prazos não sendo cumpridos.
    ·         Constante reclamação do Gerente por falta de pessoal.
    ·         Baixa Disponibilidade
    ·         MTBF baixo e MTTR alto.
    ·         Constantes perdas de produção por parada dos equipamentos.
    ·         Não se registra, não se mede, não se controla, não se analisa, não se planeja.

    Considere como Engenharia de Manutenção o contrário de tudo que está escrito acima e não fique em dúvida de qual o caminho que deve tomar na Manutenção.

    PILAR DE EDUCAÇÃO & TREINAMENTO:

    Esse Pilar objetiva aumentar as habilidades dos Operadores e Manutentores, para atingir um grau elevado de Confiança para executar seu trabalho, Motivação, Participação, Orgulho Profissional e conseqüentemente a Maximização do Rendimento Operacional Global.

    O decálogo da educação, segundo o Prof. Vicente Falconi resume a importância desse Pilar no desenvolvimento do TPM.

    1.     A delegação é a base da educação.

    2.     As pessoas têm que aceitar o treinamento e desejar serem treinadas. Participação é a palavra - chave para despertar o desejo de ser treinado.

    3.     O treinamento na tarefa decorre dos procedimentos operacionais. Os procedimentos operacionais são a descrição do trabalho a ser executado em cada tarefa e destes decorrem os manuais de treinamento na tarefa (com desenhos, fotos, vídeos, filmes).

    4.     O treinamento é um meio para atender a um objetivo.

    5.     Todo treinamento deve ser acompanhado da aplicação prática dos conhecimentos e habilidades adquiridos.

    6.     Sempre que possível, devem - se utilizar instrutores internos, em especial as chefias.

    7.     Depois de algum tempo, os cursos devem ser padronizados (apostilas, vídeos, filmes, transparências e etc..), de tal  forma que a mensagem transmitida seja sempre a mesma.

    8.     É necessário haver um plano de doutrina, educação e treinamento.

    9.     Todo treinamento conduzido na empresa é de responsabilidade total da chefia direta do empregado.

    10.     O conhecimento caminha na direção do elogio.

    Cada tipo de Empresa requer um grau de habilidades diferentes para sua Equipe, logo é importante saber: qual a complexidade dos equipamentos e as habilidades dos Operadores e Manutentores antes de elaborar qualquer Programa de treinamento.
    O TPM, através de trabalhos desenvolvidos em Equipe, para atingir a Maximização do Rendimento Operacional Global deverá estar voltado para todos os conceitos aqui apresentados, de forma bastante resumida, mas que devem ser atacados e perseguidos, incessantemente.

    Algumas dificuldades aparecerão durante o desenvolvimento do TPM, a maioria, por incrível que pareça, colocada pelos próprios Gerentes, Supervisores e Chefes.

    Para se atingir um nível de Excelência Operacional, deve-se lutar bastante para se mudar a forma de Gestão, transformando nosso modelo Paternalista Autoritário em Gestão Participativa, que permita o crescimento profissional de toda a Equipe seguindo os quatro estágios abaixo:

    1.   Desenvolvimento de Pessoal
    2.   Desenvolvimento de Melhorias
    3.   Resolução de Problemas
    4.   Autocontrole

    O Programa TPM busca exatamente o autocontrole de todos os envolvidos para atingir a Maximização do Rendimento Operacional Global.

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