• sexta-feira, 29 de agosto de 2014

    A lição de Hollywood para o pessoal de RH

    Assistindo a entrega dos prêmios do "Emmy 2014" para os melhores artistas nos EUA, reparei que boa parte dos vencedores estão acima de 40 anos e alguns beirando os 60. Bryan Cranston, astro do seriado Breaking Bad, chegou aos 58 anos tendo faturado 5 prêmios seguidos, como melhor ator, enquanto Anna Gun, sua parceira no seriado, tem 46 anos e recebeu o seu segundo prêmio. Julia Louis-Dreyfus, 53, também já ganhou varios prêmios e a linda Allison Janney com 54 anos, ganhou um Emmy pelo seu personagem em "Mom."   Isso sem contar Jessica Lange que ganhou um Emmy este ano, já tendo em seu currículo 2 Oscars e dezenas de indicações, ou seja, um currículo admirável.

    E se estendermos nossa análise para o nível do cinema hollywoodiano, lembraremos por exemplo da atriz Meryl Streep, que está com mais de 50 anos. Se você não conhece ou não se lembra dela, você deveria saber que ela já ganhou 3 Oscars (este ano ganhou um!), foi indicada 18 vezes, tem doutorado honorário em Harvard, Princeton e Yale (onde se graduou em 1975). E quanto a George Clooney, cinquentão que começou a estourar mesmo na carreira depois dos 40? É muito bom ver estes senhores esbanjando talento mesmo depois dos 50: Robert de Niro, Tom Cruise, Richard Gere, Pierce Brosnan, Liam Neeson, Bruce Willis, Johnny Depp, Sean Penn e por aí vai.

    Triste é constatar que enquanto estes profissionais são reconhecidos e valorizados pelo seu público e pelo mercado em que estão inseridos, milhares de quarentões, cinquentões e sessentões estão por aí desempregados ou temendo pelo seu emprego, já que o mercado de uma forma geral prefere valorizar sempre o novo. Isto é ainda mais comum se você atua na área de informática, onde acham que acima de 35, você já está fora de mercado.  Imagina se os atores citados anteriormente fossem profissionais que necessitassem usar um currículo vitae para se apresentar em uma empresa, simplesmente seria recusado, ou pela idade ou por ter muita qualificação.

    Seria ótimo se o mundo "normal" desse as mesmas oportunidades e reverencias aos talentos em detrimento da idade, como é o caso do mundo do entretenimento. Quem sabe um dia a mentalidade das empresas e seus gestores percebam que idade e experiência é algo importante que agrega muito valor. Organizações precisam mudar sua cultura para também valorizar o mais antigo, trabalhadores mais experientes não significam indubitavelmente que serão mais onerosos ou que não se ajustarão aos valores da organização em longo termo.  Jovens gerentes precisam se sentir confortáveis em contratar alguém mais velho, pois podem ter a experiência necessária para agregar conhecimento para a equipe. Se um currículo mostra 20 anos de experiência de trabalho, não assuma automaticamente que o candidato é "mais qualificado" ou não "atualizado" com as competências necessárias.  Chame-o para uma entrevista em pessoa e quem sabe você poderá encontrar a próxima Meryl Streep, Bryan Cranston ou George Clooney para o seu negócio?








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