Presenciei em várias empresas, com frequência, a tentativa
de reduzir os problemas que ocorrem na fabricação de um produto, através de uma
abordagem direta, buscando-se incessantemente a causa do problema, utilizando
diversas ferramentas estatísticas. Ou
seja, o problema ou o defeito ocorria, e iam diretamente atrás da causa do
problema. Mas isto não seria o
correto? A primeira vista sim. Sair medindo, levantando, anotando,
registrando, gerando quilos de dados poder não ser tão produtivo assim, se você
pular ou passar muito rapidamente pela etapa que acredito ser a mais
importante: a cuidadosa e paciente observação do fenômeno ou defeito. Se lembram dos filósofos e pensadores gregos
do passado? Que ferramentas eles tinha
na mão? Quase nenhuma. E conhecimentos?
Muito pouco em comparação com hoje em dia.
Então eles utilizavam o que? A
pura e honesta observação dos fenômenos, aliados ao bom senso científico e sua
experiência anterior para deduzir os fenômenos.
Mas ao contrário de antigamente, hoje temos ferramentas e recursos
maravilhosos, que as vezes acabam por nos desvirtuar de práticas simples mas
eficientes, e neste caso, a importância da observação é primordial para que a
verdadeira causa fique evidente e aí sim, possamos utilizar as tais ferramentas
como a maravilhosa Estatística para nos ajudar na melhoria do processo em
questão, pois a mesmas conferem objetividade e exatidão ao método da
observação.
O que não deixa de ser contraditório não é mesmo? Utilizar-se
de uma “observação”, que é uma percepção sensorial, para depois utilizar a Estatística
de forma a expressar a intuição ou ideia em fatos. Usar evidências obtidas a partir de resultados
específicos da observação. Mas é isso
mesmo, a observação é companheira da estatística e um não vive sem o
outro. Os resultados da observação,
sujeitos como são a erros, inferências, variações, limitações etc. estão
sujeitas a toda uma variação que precisa ser refinada, limitada às
características relevantes das unidades de interesse.
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