Não há dúvida que uma forte e comprometida liderança com uma
clara visão podem mudar o caminho e a estratégia da empresa. O sucesso de qualquer mudança que um líder
irá empreender, com certeza dependerá da precisão da visão, e desta forma a
empresa irá mudar. Henry Ford é um
exemplo clássico, um forte líder visionário.
Ele era comprometido. Ele tinha
um sonho de criar um veículo acessível para todos os Americanos.
Infelizmente, existem muito poucos Henry Fords.
Tenho visto que as iniciativas de mudança seguem uma espécie
de padrão. A maioria das grandes
empresas mantém contínuos programas de qualidade. Frequentemente, elas começam com os famosos
treinamentos de Juran e Crosby, e continuam através da metodologia do
Gerenciamento da Qualidade total (TQM).
Nos últimos anos estão focando na filosofia do SixSigma e Lean Manufacturing. Estas iniciativas normalmente são
acompanhadas por mudanças organizacionais que são realizadas para definir e
implementar o desejo da cultura da qualidade.
A maioria das grandes empresas também utilizam estratégias
de automação de projeto para garantir maior eficiência da engenharia e
gerenciamento dos dados do produto. Nos
anos 90 por exemplo, a Reengenharia de processos tornou-se a metodologia para
as maiores mudanças, quem se lembra? A
reengenharia focava em redefinir os processos internos das empresas para
atingir a máxima eficiência e valor para o cliente. E também exigia uma forte estrutura
organizacional para suportar as mudanças que a metodologia impunha. No fim, isto também requeria um forte apoio
da organização para implementar e manter as mudanças do novo processo, acabando
de exigir até mais burocracia do que antes.
A questão é entender onde estas iniciativas, frequentemente inspiradas
pelos experts da moda, estavam causando o que parecia ser um atolamento
crescente de burocracia.
Embora a premissa por trás destas e outras iniciativas de
melhoria tivessem seu valor, o problema é que elas frequentemente traziam uma
acomodação na liderança com um falso senso de segurança. Os gerentes paravam de procurar por novos
paradigmas operacionais que poderiam ocorrer ou impactar suas metas enquanto
aguardavam a solução dos "experts da moda" funcionar. Sei que é difícil, principalmente para os
líderes com foco em administração, desafiar visões existentes que são bem
suportadas pela organização e baseadas em “ondas” externas.
Outro grave problema que percebi ao longo
da minha carreira, era que a maioria das mudanças apoiadas pela organização
para melhoria contínua, TQM, redução de desperdício e diminuição da variação
eram focadas nas áreas produtivas, e a visão dos líderes era: o que era bom
para a fábrica era bom para engenharia (administração). Grave engano! Eu, que sempre atuei na engenharia, percebia que frequentemente as empresas
focavam em ferramentas para a manufatura, operacional, chão de fábrica enquanto
que na engenharia nada mudava, ou tínhamos que nos contentar com os métodos de sempre, que se mostravam
ultrapassados ou simplesmente não acompanhavam as mudanças que eram necessárias
para atender as crescentes necessidades de melhoria nos processos produtivos, e
por consequência o que acontecia? Conflitos com certeza. Principalmente entre a engenharia e a
produção. A engenharia acabava não
acompanhando as transformações que a produção necessitava para melhor
atendimento do cliente e acabávamos parecendo verdadeiros dinossauros, pesados
demais para acompanhar as mudanças.
Mais
alguém percebeu esta confusão de visões empresariais?
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