• quarta-feira, 15 de maio de 2013

    Processos de Planejamento - Parte 8 - Qualidade I


    Qualidade do Projeto são os processos que asseguram que o projeto satisfaça as necessidades para as quais ele foi criado.   Em resumo, a qualidade para o PMI é a qualidade padrão ISO, fazer aquilo que você disse que iria fazer na forma que você disse que faria e NADA MAIS.  Quando você gerencia um projeto, você faz aquilo que foi pedido, que foi levantado e identificado como requisito, nem mais nem menos, tem que ser tudo o que é especificado, qualidade não é “colocar algo a mais”, aliás, colocar algo a mais em projetos é chamado de GOLD PLATE, ou NÃO ESCOPO, e isso ao contrário do que muitos pensam é péssimo!!!   Poxa mas por que é ruim fazer algo a mais?  O cliente não gostaria de ser surpreendido com mais do que ele havia pedido?

    Pode até ser que ele fique surpreendido, mas lembre-se que você apresentou uma estimativa de tempo, de custo, disse que iria custar 80 mil e no final sai por 50 mil, se eu não justificar esta diferença é ruim também, pois aí podem pensar que eu superestimei.  Logicamente que se for ao contrario, isto é, se disse que iria custa 80 mil e no final sair por 100 mil também tem que justificar.  Não se esquecendo de lembrar que esse “algo a mais” pode também custar “algo a mais” em termo de tempo, custo e ai como vai justificar?

    Quando se fala em qualidade, o que mais se fala é a qualidade do produto, entretanto como bons Gerente de Projetos temos que garantir não só a qualidade do produto como a Qualidade do Projeto.  Infelizmente muitos só veem a qualidade do produto enquanto a equipe tá um “bagaço”.  É chicote nas costas da equipe para conseguir o produto final.  O problema é que vai acabar sendo um projeto único, pois depois você não encontra ninguém querendo fazer parte da equipe de projetos.  Tem que ter qualidade também na ideia de gerenciar o projeto.

    Para quem ainda não sabe, “conformidade” é a adequação ao uso a que se propõem, ou no caso de projetos, se está conforme o planejado, se não está conforme o que foi planejado, temos uma “não-conformidade”, o que nada mais é  do que algo que está fora do padrão.  Mas para quem trabalha com Qualidade isto é um tiro no pé, pois vai para as estatísticas, para os relatórios, para os índices e indicadores, isso arrebenta as metas, a produtividade o que é principal: o bônus no final do ano! :)

    Enquanto a conformidade é verificada pela equipe (Controle de qualidade), adequação é verificada pelo Cliente. Já lhe aconteceu de algum cliente dizer que sua entrega não era aceitável, embora não tivesse lhe fornecido previamente uma definição do que era aceitável?  É importantíssimo saber previamente qual a qualidade aceitável pelo cliente e mais ainda: como ela será medida durante o projeto.  O PMBOK também enfatiza o conceito de “prevenção antes da inspeção”, “defeito zero”, alto nível de envolvimento da equipe, comprometimento da direção no sentido de liderar e participar, sendo que todos estes conceitos acabam espelhando a maturidade da organização com relação a cultura da qualidade, começando é claro pela direção da organização, afinal se nem ela está comprometida, como os outros estarão?  É aquela história do Capitão Nascimento, “Missão dada é missão cumprida”, ou seja, a ordem e diretriz tem que  vir desde o primeiro escalão, em segundo lugar a equipe tem que estar envolvida, pois sozinho você não faz a qualidade acontecer (sozinho você pode fazer muita coisa menos isso),  só um verdadeiro trabalho em equipe faz a qualidade acontecer, portanto seu papel como Gerente de Projetos é trabalhar a equipe para que eles trabalhem com qualidade (mais uma vez o foco em gerenciamento de pessoas).

    No caso do “zero defeito”, temos aqui uma política de produção com qualidade onde buscamos o ideal de não ter defeito algum.  É um ideal, uma missão da empresa, aquela coisa maravilhosa, pois a partir do primeiro defeito, deixa de ser zero.  Esse ideal para a princípio uma utopia, pois as pessoas estão condicionadas a acreditar que errar é humano. Com essa postura não somente aceitamos o erro, como o antecipamos. Independente de qual seja a nossa atividade não nos aborrece o fato de cometermos alguns erros e esses erros já estão aceitos pela administração como ocorrência normal. Acontece que não mantemos esse padrão de tolerância ao erro quando se trata de nossas coisas pessoais. Nos não admitimos receber um centavo a menos no nosso pagamento. Nunca erramos com relação ao nosso endereço, enfim como pessoas não admitimos o erro. Isto implica que temos pelo menos dois padrões de exigência—um nosso pessoal e outro para a companhia. E é aí que reside a mudança de comportamento com relação ao “zero defeito”.

    No caso da “Prevenção antes da inspeção”, quem faz a prevenção? A equipe.  Quem faz a inspeção? O cliente.  Se eu tiver que identificar o erro depois que estiver feito, o erro já aconteceu, babau. Se eu tiver um problema depois que está feito: retrabalho!!! Retrabalho é desperdício e uma ameaça ao planejamento do projeto.  Na prevenção, eu me antecipo e evito que erros ocorram, acidentes aconteçam e assim diminuo o desperdício.  Sabiam que custa menos prevenir do que remediar?  A Qualidade deve ser planejada e não somente inspecionada.

    CONTINUA....

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