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    segunda-feira, 20 de julho de 2015

    Por que existe padronização nas empresas?

    O que se pretende com a padronização dos processos é que as atividades a serem realizadas, sejam feitas da melhor forma possível.

    Pela aplicação da padronização e controlando-a no dia-a-dia, é possível registrar menores perdas provenientes de retrabalhos e até mesmo sucateamento de componentes e/ou produtos, contribuindo de maneira significativa para incremento no resultado financeiro da organização. Outra boa contribuição que a padronização proporciona é a garantia de segurança da pessoa que executa as atividades, pois também aborda as condições de trabalho e os equipamentos de proteção individual (EPI) necessários para a realização da operação.

    A padronização de processos produtivos consiste na elaboração de rotinas formalizadas em relação às atividades executadas numa unidade de trabalho.
    Um processo de padronização pode começar pela elaboração de um simples fluxograma, em que são identificados inicialmente os principais passos a serem estabelecidos para determinar as atividades desenvolvidas em um processo.
    No entanto, quanto mais específica a atividade a ser realizada, maior o nível de detalhamento da mesma. Em função disso, faz-se necessário observar o processo com mais atenção.

    A padronização e seus benefícios

    A padronização de uma atividade e/ou processo demanda tempo e treinamento de pessoal. Para que a padronização ocorresse de uma forma estruturada e consistente, foram utilizados os seguintes documentos: Documento de Engenharia, o Procedimento Operacional (POP), Documento de Balanceamento de Linha e a Ficha de Treinamento Operacional. Estes constituem a base principal da padronização e devem estar especificados no Sistema de Gestão da Qualidade existente na organização.

    Existem vários benefícios que a padronização pode oferecer, dentre eles podemos citar:

    • Benefícios qualitativos, que diz respeito a utilização adequada dos equipamentos, matérias-primas e mão de obra; auxilia no treinamento e melhora do nível técnico da mão de obra; registra também o conhecimento adquirido dos funcionários.

    • Na operacionalização de processos a padronização garante o controle de produtos e processos, além da segurança do pessoal e dos equipamentos.

    • Benefícios quantitativos proporcionam redução do consumo e do desperdício de materiais. Promove também a padronização de componentes e equipamentos; redução da variedade de produtos, aumento da produtividade e a melhoria da qualidade de produtos e serviço.

    • Contribui significativamente para a racionalização de processos, sendo fonte bastante ampla de melhorias contínuas.

    Descrição do Processo de Padronização

    A padronização deve ser realizada de forma que todas as operações desenvolvidas pelos operadores na linha de produção estejam formalizadas, e deverá ser descrita de forma a garantir que nenhuma anomalia ocorra no dia-a-dia.

    Assim a empresa estará preparada para cumprir as exigências e com um sistema de gestão seguro.

    Quando se padroniza um processo significa dizer que aquele conjunto de operações é a melhor forma de serem realizadas até aquele momento. No entanto, ela deve ser objeto de melhoria constante para que seja possível promover o crescimento das competências operacionais, dos modos operatórios e ergonômicos e em alguns casos até promover a melhoria/ otimização dos equipamentos no respectivo setor.


    A incidência de problemas é muito grande e a resolução dos mesmos não é realizada de modo a eliminar a causa raiz do problema, neste caso a probabilidade de um defeito se repetir é muito grande e isso desgasta a imagem da empresa perante o seu cliente e, consequentemente, uma redução no faturamento da própria companhia.
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    terça-feira, 21 de abril de 2015

    Como você define “QUALIDADE”?


    Qualidade é cada vez mais frequente no nosso vocabulário : fala-se hoje muito em Qualidade de um Produto, Qualidade de um Serviço, Qualidade de Ensino, Qualidade de Vida, etc. Com o aparecimento, em todos os domínios, de produtos cada vez melhores em qualidade, as pessoas adquiriram uma nova cultura e tornaram-se mais exigentes e sensíveis para detalhes anteriormente imperceptíveis.

    Qualidade na visão das empresas

    A Qualidade pode ser definida como uma forma de estar, de conviver e de atuar, no sentido de haver uma procura permanente de obtenção de melhores resultados a partir de um melhor desempenho de cada elemento interveniente no processo.
    Como qualquer empresa necessita de dispor de uma clientela, a Qualidade está sempre orientada para o Cliente uma vez que é para ele, e para a satisfação das suas necessidades, que a empresa trabalha e existe.

    Objetivos essenciais das empresas

    A empresa deve estar sempre focada a desenvolver e inovar para atender e, porque não, surpreender o que seus clientes entendem como Qualidade e, para isso, as atenções precisam estar focadas nos principais objetivos enumerados abaixo.

    1º Satisfazer as necessidades dos clientes - a perfeição da empresa sob o aspecto da Qualidade corresponde à total sintonia entre o que é produzido e o que o cliente necessita.
     Aumentar a produtividade, tentando suprimir todas as falhas internas do produto ou serviço, aumentando a Qualidade e com o menor custo possível.
    3º Promover a realização sócio profissional dos trabalhadores para que estes se sintam profissionalmente realizados e motivados.


    A Qualidade pode ainda ser definida sob várias perspectivas que, apesar de diferentes, são complementares :

    1ª Qualidade quanto ao desempenho do produto - capacidade de este gerar satisfação, também designada por óptica do cliente; nesta definição a um aumento da qualidade corresponde geralmente um aumento de custos.
     Qualidade quanto à existência de deficiências - tem como objetivo aperfeiçoar permanentemente todas as fases da produção. Implica uma redução de desperdícios e diminuição dos encargos após venda e melhoria de imagem, também designada por óptica do produtor; aqui, a um aumento da qualidade corresponde geralmente uma redução dos custos.
    3ª Qualidade na óptica da excelência - conceito abrangente cujo objetivo é a satisfação total do cliente. Refere-se a todos os setores da empresa e tem como objetivo o seu aperfeiçoamento de uma forma contínua. A qualidade, segundo esta óptica, é mais que a reunião de todos os fatores; conduz de forma controlada e significativa à redução global dos custos.

    Em face dos resultados dos estudos efetuados podemos concluir que :

    - Os clientes consideram a Qualidade o primeiro argumento para a aquisição de um bem ou serviço.
    - A Qualidade constitui a única forma durável de fidelizar clientes e conseguir estabilidade ou aumento de quota de mercado.
    - A Qualidade é um dos principais fatores para o aumento da produtividade.
    - A Qualidade é um dos principais meios para aumentar a flexibilidade e reduzir os tempos de resposta.

    Qualidade é fundamental para a sobrevivência das empresas !
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    terça-feira, 14 de abril de 2015

    Resolução eficaz de problemas

    Existe certa preocupação na indústria que a solução de problemas não está efetiva na cadeia de fornecimento como deveria ser. Existem alguns pontos a serem feitos neste assunto. O processo formal de solução de problemas tem alguns elementos em comum como:

    • Identificação do Problema
    • Contenção
    • Analise da Causa Raiz
    • Ação Corretiva
    • Verificação da Eficácia

    Com a recente queda da economia, muitas empresas não estão suficientemente estruturadas para gerir a quantidade de problemas que elas estão tendo.

    Algumas organizações não têm recursos suficientes para gerenciar seus fornecedores. Fornecedores diretos não têm recursos suficientes para gerenciar os fornecedores de segundo nível, o que aumenta a probabilidade de passar problemas para as organizações clientes.

    Devido à falta de recurso, lideres de problemas frequentemente não tem tempo para seguir uma metodologia disciplinada de solução de problemas até o final.

    Eles vão como o processo até o estágio de contenção do problema, indo de problema para problema somente tentando conter cada um.

    Leva-se muito mais tempo e esforço para completar o processo através da verificação da eficácia da ação corretiva implementada. Este é um assunto de gestão para ser resolvido.

    Outro ponto para se ter preocupação é com o primeiro passo: identificação do problema. É fácil para a Organização do Cliente assumir que o problema é uma “culpa do fornecedor” e emitir uma solicitação de ação corretiva para o fornecedor sem conduzir uma investigação adequada e sem coletar evidencias com uma detalhada declaração do problema.

    Organizações Clientes podem elas mesmas e seus fornecedores fazer um grande favor tendo certeza que a preponderância das evidencias sugerem que é responsabilidade do fornecedor antes de emitir uma solicitação de ação corretiva.

    Fornecendo uma boa declaração do problema, como por exemplo, respondendo as questões básicas “quem, o que, onde, quando, como, quanto”; e fornecendo evidencias como peças de amostras, fotos e relatórios de testes.

    Adequada complementação destes itens irão permitir que o fornecedor fosse mais rápido para encontrar e conter o problema, minimizando a situação de “nenhum problema encontrado”.
    Competência da equipe em metodologia de solução de problema, entre outras habilidades, é também uma preocupação que existe. Lembre-se, entretanto, que solução efetiva do problema é muito mais que contenção. Contenção é iniciada toda vez que alguém descobre ou identifica uma não conformidade que resultará na insatisfação do cliente. O processo formal de contenção tem vários propósitos:

    •Proteger o Cliente de não conformidades
    • Identificar a preocupação em todas as localizações possíveis (cliente, estoque, transporte, etc.)
    • Assegurar que as pessoas responsáveis pela contenção são qualificadas
    • Estabelecer e manter comunicação com o Cliente
    • Manter registros. Assegurar as analise critica de dados para melhoria
    • Reduzir o risco de embarque controlado pelo cliente devido à falha na ação de contenção

    O objetivo primário da contenção é prevenir a não conformidade de entrar no processo de produção.

    1. Desenvolver uma compreensão sobre a extensão e gravidade do problema através de dados iniciais recolhidos do processo sobre a notificação da reclamação;

    2. Baseado na severidade do problema, determinar quais membros do time deveriam assistir e ser responsáveis pelo sucesso da ação de contenção. Os membros do time deveriam terá autoridade para tomar ações requeridas para uma efetiva contenção;

    3. Claramente defina a ação a ser tomada e desenvolver instruções especificas para a reclamação para permitir a implementação do trabalho padronizado. Embora contenção seja tipicamente uma atividade de curto prazo, padronizar instruções é importante, principalmente quando há mudança de turnos e operadores. A padronização do processo de contenção reduz o risco de variação no método da contenção e reduzirá o risco que o Cliente terá de outra não conformidade durante o processo de ação corretiva;

    4. Verifique a competência do pessoal responsável pela ação de contenção. Isto é critico. Testando o método de contenção e seus responsáveis pela execução assegurarão que o Cliente está protegido e que o seu pessoal estão qualificados. A aprovação do Cliente no método de contenção dará confiança que aquela contenção esta desdobrada eficientemente;

    5. Mantenha a contenção até que o processo de ação corretiva seja implementado e verificado a sua eficácia. Saída da contenção deveria ser coordenada com o Cliente;

    6. Consolidar os dados e incluir estes dados no processo de ação corretiva;

    7. Acrescente os dados no processo de melhoria continua da Organização e no processo de analise critica da direção.

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    sexta-feira, 29 de agosto de 2014

    A lição de Hollywood para o pessoal de RH

    Assistindo a entrega dos prêmios do "Emmy 2014" para os melhores artistas nos EUA, reparei que boa parte dos vencedores estão acima de 40 anos e alguns beirando os 60. Bryan Cranston, astro do seriado Breaking Bad, chegou aos 58 anos tendo faturado 5 prêmios seguidos, como melhor ator, enquanto Anna Gun, sua parceira no seriado, tem 46 anos e recebeu o seu segundo prêmio. Julia Louis-Dreyfus, 53, também já ganhou varios prêmios e a linda Allison Janney com 54 anos, ganhou um Emmy pelo seu personagem em "Mom."   Isso sem contar Jessica Lange que ganhou um Emmy este ano, já tendo em seu currículo 2 Oscars e dezenas de indicações, ou seja, um currículo admirável.

    E se estendermos nossa análise para o nível do cinema hollywoodiano, lembraremos por exemplo da atriz Meryl Streep, que está com mais de 50 anos. Se você não conhece ou não se lembra dela, você deveria saber que ela já ganhou 3 Oscars (este ano ganhou um!), foi indicada 18 vezes, tem doutorado honorário em Harvard, Princeton e Yale (onde se graduou em 1975). E quanto a George Clooney, cinquentão que começou a estourar mesmo na carreira depois dos 40? É muito bom ver estes senhores esbanjando talento mesmo depois dos 50: Robert de Niro, Tom Cruise, Richard Gere, Pierce Brosnan, Liam Neeson, Bruce Willis, Johnny Depp, Sean Penn e por aí vai.

    Triste é constatar que enquanto estes profissionais são reconhecidos e valorizados pelo seu público e pelo mercado em que estão inseridos, milhares de quarentões, cinquentões e sessentões estão por aí desempregados ou temendo pelo seu emprego, já que o mercado de uma forma geral prefere valorizar sempre o novo. Isto é ainda mais comum se você atua na área de informática, onde acham que acima de 35, você já está fora de mercado.  Imagina se os atores citados anteriormente fossem profissionais que necessitassem usar um currículo vitae para se apresentar em uma empresa, simplesmente seria recusado, ou pela idade ou por ter muita qualificação.

    Seria ótimo se o mundo "normal" desse as mesmas oportunidades e reverencias aos talentos em detrimento da idade, como é o caso do mundo do entretenimento. Quem sabe um dia a mentalidade das empresas e seus gestores percebam que idade e experiência é algo importante que agrega muito valor. Organizações precisam mudar sua cultura para também valorizar o mais antigo, trabalhadores mais experientes não significam indubitavelmente que serão mais onerosos ou que não se ajustarão aos valores da organização em longo termo.  Jovens gerentes precisam se sentir confortáveis em contratar alguém mais velho, pois podem ter a experiência necessária para agregar conhecimento para a equipe. Se um currículo mostra 20 anos de experiência de trabalho, não assuma automaticamente que o candidato é "mais qualificado" ou não "atualizado" com as competências necessárias.  Chame-o para uma entrevista em pessoa e quem sabe você poderá encontrar a próxima Meryl Streep, Bryan Cranston ou George Clooney para o seu negócio?








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    quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

    Solução de problemas: Princípios Básicos.

    "O problema", segundo o autor e psiquiatra Theodore Rubin, "não é a existência de problemas. O problema é esperar o contrário e acreditar que ter problemas é um problema". Um problema é uma pergunta ou situação que apresenta dúvida, perplexidade ou dificuldade. É uma questão que precisa ser corrigida ou superada para que se possa atingir um estado desejado. A soluçãoo de problemas envolve raciocínio orientado por objetivos e atitudes em situações nas quais não existam soluções prontas. Seja consciente ou inconscientemente, todas as pessoas solucionam problemas relacionados a suas vidas pessoais ou profissionais todos os dias. Entretanto, você pode aprimorar muito a eficácia de soluçãoo de seus problemas ao obter uma melhor compreensão a respeito do processo, habilidades essenciais e competências necessárias para solução de problemas, assim como uma melhor consciência das armadilhas mentais que prejudicam o processo.

    Talvez você tenha respondido “não” porque acredita que a atitude que Terry deve tomar é óbvia.  Reclamações de clientes são parte da rotina de negócios e há um procedimento estabelecido para lidar com essas reclamações.  Ou talvez tenha respondido “sim” porque este comportamento pode prejudicar os negócios de Terry e ele deverá imaginar o que fazer a respeito.

    Definir se este é ou não um problema depende de como Teery interpreta a situação.  Ele pode achar que este é um evento normal com protocolo estabelecido.  Ou talvez pense neste evento como um sintoma de um problema maior (com a forma como a equipe é treinada, por exemplo) que precisa solucionar mas que ainda não sabe como.

    Modelo se solução de problemas de 6 etapas, para vários tipos de problemas:


    1. Definir o problema
    Nesta etapa, identifique precisamente o que precisa ser solucionado e expresse isso em palavras. Você pode usar uma análise de lacunas para ajudá-lo a definir o problema comparando onde você está com onde deseja chegar.  Uma ferramenta útil nesta etapa, seria a ferramenta de análise de lacunas ou Gap Analisys em inglês.  Ex.: 
      
    GAP ANALYSIS

    Onde estou

    Onde quero estar
    Cansao do trabalho excessivo
    Lacunas
    Não estou cansado demais
    Deixando de cumprir prazos

    Cum prindo prazos.

    2. Analisar o problema
    Nesta etapa, investigue a fundo, além dos sintomas do problema, para encontrar suas causas raiz e coletar informações sobre elas. Identifique as causas para que você saiba qual tipo de solução deve procurar. Você pode usar um diagrama de causa e efeito ou a análise dos cinco por quês para compreender melhor o problema e suas causas.  Ferramenta sugerida: 5 porquês.

    3. Identificar possíveis soluções
    Nesta etapa, liste o maior número de soluções possíveis que conseguir. Seja criativo. Use brainstorming pra fazer isso, sem analisar ou criticar suas ideias.

    4. Escolher a melhor solução
    Nesta etapa, reduza o número de soluções possíveis avaliando cuidadosamente cada uma delas enquanto considera quaisquer limitações em sua situação ou recursos. Então selecione a melhor opção. Você pode usar uma matriz que avalie as soluções segundo sua eficácia e facilidade de implementação, ou pode avaliar as possíveis soluções segundo critérios específicos.

    5. Planejar ação
    Nesta etapa, decida como implementar a solução escolhida. Decida quem fará o quê e quando. Planeje também o que você fará se algo der errado. Você pode usar um plano de ação para listar as etapas que precisa seguir.

    6. Implementar a solução e acompanhar o progresso
    Nesta etapa, dê prosseguimento ao seu plano de ação. Você também deve monitorar a situação para garantir que tudo está sendo feito e, se tiver identificado prazos, de que eles serão cumpridos. Confira também se seu plano está funcionando e recorra ao seu plano de contingência se for necessário. Se desejar, use uma lista de tarefas simples para garantir que nada seja esquecido enquanto estiver acompanhando o progresso. 

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    segunda-feira, 30 de setembro de 2013

    Clima Organizacional

    Antes de abordar diretamente a questão do clima organizacional, a cultura organizacional será definida como principal influenciadora nos relacionamentos entre as pessoas na organização como um todo.

    A cultura organizacional é construída através dos fundadores e líderes da organização. É através da cultura organizacional que se condiciona o clima organizacional, envolvendo a todos com a definição de políticas, costumes, regulamentos, etc.

    Assim, pode-se definir cultura organizacional como o conjunto de valores, costumes, normas, técnicas de uma empresa que indicam a maneira que esta faz negócios, como trata seus funcionários e clientes e como estes se comportam e respondem à empresa.

    A cultura organizacional é classificada em forte e fraca. A cultura forte é aquela que seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e influencia comportamentos e expectativas, enquanto que a cultura fraca não tem esse poder de fazer com que as pessoas se comportem de maneira coesa no que diz respeito aos interesses da organização.

    Para distinguir aspectos da cultura organizacional, percebe-se que os aspectos formais são facilmente percebidos e não representam todos os aspectos da organização. Muitos aspectos informais passam despercebidos e são intangíveis, pois representam percepções, sentimentos, atitudes, interações e normas grupais e são invisíveis, sendo percebidos somente no dia-a-dia de trabalho.

    Nos aspectos formais e informais, há os seguintes componentes da cultura organizacional:

    - Artefatos: constituem o primeiro nível da cultura, é visível e perceptível. São coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando se depara com a organização (produtos, serviços e padrões de comportamento);
    - Valores Compartilhados: são valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem;
    - Pressuposições Básicas: é o nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura.

    São crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes nas quais as pessoas acreditam.

    Além dos componentes, pode-se diagnosticar o tipo de cultura de uma organização através dos seguintes elementos:

    - Declarações de missão e metas oficiais da empresa: como a empresa conduz seus negócios reflete a imagem pública perante os funcionários;
    - Práticas empresariais: como a empresa responde aos problemas, toma decisões e trata seus funcionários e como se relaciona com a sociedade no tocante a políticas de responsabilidade social;
    - Símbolos, ritos e cerimônias: o que a empresa valoriza, como recompensa seus funcionários e como é a relação entre os níveis superiores e inferiores;
    - As histórias contadas pelas pessoas: as histórias carregam muita informação sobre a cultura da empresa de como foi fundada, como foi construído os valores, fazendo com que haja respeito ao passado e influencie a cultura organizacional.

    Muitas vezes, com o objetivo de mudança organizacional, é necessário repensar a cultura organizacional a fim de administrar novas condutas que renovem a rotina de trabalho dos funcionários e que sejam proativas em relação ao mercado.

    Mas, como a cultura organizacional reflete no clima organizacional?

    A cultura organizacional tem aspectos formais que são visíveis a primeira vista e aspectos informais que são constituídos no dia-a-dia através dos relacionamentos interpessoais. Os aspectos formais que são as práticas tradicionais da organização condicionam os aspectos informais dos colaboradores em termos de sentimento, motivação e relacionamento entre as pessoas. Então, com os aspectos informais estabelecidos, cria-se um clima dentro da organização que influencia a maneira de as pessoas trabalharem, produzirem e se comunicarem.

    Neste sentido, os aspectos formais são a ação e os aspectos informais são a reação, resultando, assim, numa cadeia que se inicia com a liderança da alta gerência e os princípios e as práticas de políticas organizacionais até se chegar aos aspectos invisíveis dentro da cultura organizacional que determina o clima organizacional.

    Mas, afinal, o que é clima organizacional?

    Existem várias definições do termo, onde a mais utilizada entende-se como “um conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento dessas pessoas”.

    Segundo Chiavenato, este conceito envolve uma visão mais ampla e flexível da influência ambiental sobre a motivação. É a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia no seu comportamento. Refere-se ao ambiente interno existente entre as pessoas que convivem no meio organizacional e está relacionado com o grau de motivação de seus participantes.

    Para Coda, em administração, Clima Organizacional é o indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como: política de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valorização profissional e a identificação com a empresa.

    Segundo Souza, Clima Organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da Cultura Organizacional, é uma conseqüência do peso de cada um dos elementos culturais e seu efeito sobre os outros dois.

    Uma excessiva importância dada à tecnologia leva a um clima desumano; a pressão das normas; a aceitação dos afeitos, sem descuidar dos preceitos e do trabalho, leva a um clima de tranqüilidade e confiança.
    Litwin e Stinger ao estudarem o Clima Organizacional utilizaram um questionário baseado em nove dimensões que explicariam o Clima Organizacional existente numa determinada empresa e cada uma dessas dimensões se relaciona com certas propriedades da organização, tais como:

    1 – Estrutura – é necessário um ambiente físico de trabalho ventilado, limpo e equipado como requisito básico;
    2 – Responsabilidade – pode ser delegada aos subordinados como estímulo ao desenvolvimento profissional e pessoal;
    3 – Recompensa – o reconhecimento financeiro e/ou não-financeiro deixa os colaboradores mais motivados a produzir;
    4 – Desafio – trata-se de novas atribuições que diz respeito à confiança que se tem no colaborador, até mesmo para fazer tarefas diferentes com mais entusiasmo;
    5 – Relações – a fim de criar um ambiente harmônico, chefias e subordinados se comunicam de forma transparente buscando a integração;
    6 – Cooperação – é ideal para os trabalhos em equipe o entrosamento a fim de que haja maior participação nas decisões;
    7 – Padrões – no ambiente de trabalho, as normas, os regulamentos e os padrões são respeitados e estão ao alcance e conhecimento de todos;
    8 – Conflito – previne-se através de uma boa gestão do clima organizacional com o apoio de todos;
    9 – Identidade – cria-se um sentimento de amor quando o colaborador trabalha na empresa e está satisfeito com a política de recursos humanos.

    Ainda sobre Clima Organizacional, pode-se dizer que é a forma como o ambiente de trabalho é percebido e interpretado pelos empregados. A implantação de melhorias deve considerar a organização percebida pelos empregados, pois, se as pessoas percebem uma situação como real, ela certamente é real nas suas conseqüências.

    Conclui-se então que Clima Organizacional é o estado de espírito da empresa percebido pelos seus funcionários e que para melhorar o ambiente ninguém melhor do que seus funcionários para serem consultados.

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    terça-feira, 17 de setembro de 2013

    Execução do Projeto

    Quem acompanha o blog, já percebeu que postei artigos praticamente para todas as áreas de conhecimento do PMBOK, e neste artigo gostaria de comentar que, em resumo, ser Gerente de Projetos - o que não é tão diferente de um Gerente de Departamento -, é um desafio constante entre gerenciar conflitos e interesses humanos, políticos e financeiros.

    Gerenciar uma equipe, seja de projetos ou de outra atividade, é ter o poder de saber observar a personalidade de cada um e tirar o melhor proveito dos talentos que existam.  É ter poder de persuasão para poder negociar recursos, negociar prazos, negociar orçamentos, negociar conflitos, negociar, negociar e negociar constantemente.

    Uma das opções que o PMBOK ensina para ajudar no gerenciamento do relacionamento da equipe, são as “regras de convivência”, ou seja, estabelecer limites entre as partes, de modo que uma saiba até onde por ir sem desrespeitar o limite do outro.  Parece tão óbvio não é mesmo?  Mas se não agirmos com esta atitude óbvia, com certeza problemas surgirão.  Tem que se trabalhar com soluções aceitáveis para ambas as partes em um relacionamento de equipe.

    Como Gerentes, vocês terão que ser bem políticos, cínicos e muito cara de pau também, mas nunca sejam hipócritas! Por quê? Por que um dia a equipe descobre, e são iguais hienas, sentem o cheiro do medo, se você ficar com medo e mentir, eles vão sentir o cheiro e vão te devorar, se é que me entenderam.  Então, procure cumprir aquilo que você fala ou promete. Se você não tinha condições de prometer, nem adianta vir com desculpas, vai ser pior.

    Como Gerentes, vocês certamente irão se envolver em muitas reuniões.  E com certeza vocês devem fazer reuniões planejadas, agendadas, com horário de início e término, com pautas que são cumpridas integralmente, com liderança bem definida e clara, os participantes são super disciplinados, chegam na hora e respeitam tanto o horário da reunião quanto a participação dos outros participantes, e toda ela é documentada.... isso não acontece? Utopia? Pois é, caro leitor, infelizmente no mundo real não é bem assim que acontece.   De qualquer maneira, sempre tentem fazer e ensinem aos colegas como fazer, pois as reuniões são necessárias e se forem um desastre com certeza irá impactar negativamente no projeto.   Não tem coisa pior do que você chegar em uma reunião desmotivado, e encontrar os outros desmotivados, sem perceberem a importância da reunião e da participação de todos para o objetivo da mesma.

    As reuniões deveriam ser produtivas, afinal é o momento que você tem com sua equipe para definir, decidir, resolver ou simplesmente esclarecer futuras ações.  Existem várias técnicas para se realizar uma boa reunião, eu particularmente gosto de uma em que a reunião é feita em pé.  Não existe Stand up Comedy?  Qual o problema em ter Stand up Meeting? Imagina a reunião tradicional: as pessoas chegam, se sentam, tomam água, cafezinho, biscoitinho, ficam rabiscando seus cadernos e tome dispersão! Uma reunião de 10 a 15 minutos, acaba sempre levando 1 hora.  Agora imagina colocar esta galera em uma sala sem mesa, só com um quadro e uma prateleira para colocar um papel, o que vai acontecer?  Todo mundo vai querer que a reunião não se estenda além do necessário, e aí acabam os assuntos transversos, dispersão, e a reunião com certeza fica muito mais objetiva.

    Assim sendo, levem muito a sério a questão das reuniões durante a execução do projeto, planeje a reunião, utilize técnicas e ferramentas, o Outlook por exemplo ajuda bastante, e nunca cometa o pecado de estender o tempo de reunião além do necessário.   Em minha opinião, reunião com mais de meia hora, acaba virando palestra ou seminário, pois dispersa muito e acaba cansando, as pessoas acabam achando eu estão perdendo seu tempo.  Aliás, sugiro, se possível, ao invés de fazer uma reunião de 1 hora, ou fazer aquela longa reunião no início ou fim do dia,  fazer várias reuniões de 10 minutos, ao longo do tempo. Isso favorece a questão da pontualidade, a partir do momento que o cara sabe que a reunião só dura 10 minutos, ele evita de se atrasar, já que se ele se atrasar 5 minutos, perdeu metade da reunião.  O diálogo diário, realizado no stand up meeting, permite que cada membro da equipe descreva brevemente o que fez no dia anterior, eventuais problemas que detectou, soluções interessantes que foram criadas etc. Não é nem necessário entrar em detalhes. A idéia é que as pessoas saibam o que está acontecendo e quem fez o que. Se um membro se interessar bastante por um assunto a respeito do qual outra pessoa trabalhou no dia anterior, ele pode, após o stand up meeting, se reunir com essa pessoa e discutir a solução com maior nível de detalhe. Pode até resolver fazer par com aquela pessoa durante o dia de trabalho que está começando.
    Eu tive um chefe que adorava fazer reunião sexta-feira 3 horas da tarde, era de matar!!! Como é que o indivíduo quer comprometimento em uma reunião numa sexta-feira 15 horas da tarde que se estende por 2 horas???  Trabalhei como Gerente em uma empresa em que tinha que participar de uma reunião que começava às 9 horas e não tinha hora para terminar, e isso TODO DIA, isso mesmo, todos os dias!! Imagina a perda de tempo, falta de objetividade, enfim, uma loucura.

    O PMBOK fala das reuniões de acompanhamento de projeto tem que ter regularidade, e uma das coisas que vocês precisam evitar é, por mais antagônico que pareça: nunca façam uma reunião de acompanhamento só para acompanhar o status do projeto.  É isso mesmo!  Imagina a equipe tendo que ir para uma reunião semanal, apenas para divulgar o status do projeto, um verdadeiro saco! A reunião de acompanhamento tem que ter um foco para solução de problemas, discussão de soluções, caso contrário irá se perder ao longo do tempo.  Aliás, não deixem para preparar o relatório de acompanhamento na reunião, ele já deve vir pronto, apenas para discutir o que foi feito e o que tem para se fazer.   Outras pautas interessantes nesta reunião seriam: acompanhamento de desempenho, reavaliação de riscos, ações corretivas, realinhamento de metas, avaliação da comunicação, e nunca se esqueçam: é nessa hora que você deve passar o feedback para a equipe.


    Como pormenor, mas não menos importante: nunca se esqueçam da ata da reunião e lista de presença (dependendo da ferramenta que você utilizar estes documentos já poderão ser emitidos automaticamente)
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    segunda-feira, 11 de março de 2013

    Visões empresariais


    Não há dúvida que uma forte e comprometida liderança com uma clara visão podem mudar o caminho e a estratégia da empresa.  O sucesso de qualquer mudança que um líder irá empreender, com certeza dependerá da precisão da visão, e desta forma a empresa irá mudar.   Henry Ford é um exemplo clássico, um forte líder visionário.   Ele era comprometido.   Ele tinha um sonho de criar um veículo acessível para todos os Americanos.

    Infelizmente, existem muito poucos Henry Fords.

    Tenho visto que as iniciativas de mudança seguem uma espécie de padrão.  A maioria das grandes empresas mantém contínuos programas de qualidade.  Frequentemente, elas começam com os famosos treinamentos de Juran e Crosby, e continuam através da metodologia do Gerenciamento da Qualidade total (TQM).  Nos últimos anos estão focando na filosofia do SixSigma e Lean Manufacturing.  Estas iniciativas normalmente são acompanhadas por mudanças organizacionais que são realizadas para definir e implementar o desejo da cultura da qualidade.

    A maioria das grandes empresas também utilizam estratégias de automação de projeto para garantir maior eficiência da engenharia e gerenciamento dos dados do produto.  Nos anos 90 por exemplo, a Reengenharia de processos tornou-se a metodologia para as maiores mudanças, quem se lembra?  A reengenharia focava em redefinir os processos internos das empresas para atingir a máxima eficiência e valor para o cliente.  E também exigia uma forte estrutura organizacional para suportar as mudanças que a metodologia impunha.  No fim, isto também requeria um forte apoio da organização para implementar e manter as mudanças do novo processo, acabando de exigir até mais burocracia do que antes.  A questão é entender onde estas iniciativas, frequentemente inspiradas pelos experts da moda, estavam causando o que parecia ser um atolamento crescente de burocracia.

    Embora a premissa por trás destas e outras iniciativas de melhoria tivessem seu valor, o problema é que elas frequentemente traziam uma acomodação na liderança com um falso senso de segurança.  Os gerentes paravam de procurar por novos paradigmas operacionais que poderiam ocorrer ou impactar suas metas enquanto aguardavam a solução dos "experts da moda" funcionar.   Sei que é difícil, principalmente para os líderes com foco em administração, desafiar visões existentes que são bem suportadas pela organização e baseadas em “ondas” externas.    

    Outro grave problema que percebi ao longo da minha carreira, era que a maioria das mudanças apoiadas pela organização para melhoria contínua, TQM, redução de desperdício e diminuição da variação eram focadas nas áreas produtivas, e a visão dos líderes era: o que era bom para a fábrica era bom para engenharia (administração).  Grave engano! Eu, que sempre atuei na engenharia,  percebia que frequentemente as empresas focavam em ferramentas para a manufatura, operacional, chão de fábrica enquanto que na engenharia nada mudava, ou tínhamos que nos contentar com os  métodos de sempre, que se mostravam ultrapassados ou simplesmente não acompanhavam as mudanças que eram necessárias para atender as crescentes necessidades de melhoria nos processos produtivos, e por consequência o que acontecia? Conflitos com certeza.  Principalmente entre a engenharia e a produção.  A engenharia acabava não acompanhando as transformações que a produção necessitava para melhor atendimento do cliente e acabávamos parecendo verdadeiros dinossauros, pesados demais para acompanhar as mudanças.  

    Mais alguém percebeu esta confusão de visões empresariais?
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    quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

    Modelo de Gerenciamento de Desempenho baseado em Processos


    Antes de darmos continuidade a análise que tenho feito das ferramentas de gestão de melhoria de desempenho de uma operação, seria bom entendermos também que estas ferramentas precisam antes de tudo atender as necessidades do planejamento estratégico da empresa, para que possam ser utilizadas justamente nos processos críticos para o atingimento do sucesso. 

    A utilização de um modelo de gerenciamento que permita identificar as oportunidades de melhoria de desempenho dos processos de um sistema operacional, procurando alcançar os objetivos e as metas estabelecidas no processo de planejamento estratégico.

    Processo de Planejamento Estratégico 

    A etapa preliminar para a construção de um modelo de gerenciamento de desempenho
    consiste na realização de um processo de planejamento estratégico, através de um diagnóstico para identificação dos principais problemas existentes na estrutura organizacional da empresa, procurando focalizar a atuação da função de controle para melhoria de desempenho do sistema operacional. 

    Partindo-se da análise da estrutura organizacional da empresa e da avaliação de sua
    adequação aos processos operacionais, analisa-se como são planejadas e controladas as ações e como as informações fluem dentro do sistema operacional.   Identifica-se, então, os processos operacionais a serem gerenciados, através do estabelecimento de uma estrutura organizacional matricial, permitindo a alocação dos recursos das áreas funcionais aos processos operacionais.  Esta forma de organização permite uma maior interação entre as áreas da empresa, possibilitando a formação de grupos de trabalho para desenvolvimento de projetos de melhoria de desempenho. 

    Finalmente, são estabelecidos os objetivos do sistema operacional, permitindo a definição
    das metas de desempenho de seus processos. 

    Mapeamento de Processos 

    O mapeamento dos processos operacionais requer a definição do fluxo de atividades,
    permitindo a escolha de parâmetros para sua avaliação e controle. Exige, ainda, a
    transferência de informações para uma representação visual, de modo a 
    facilitar a identificação do consumo de recursos e da geração de resultados dos processos
    operacionais.
      
    O que se observa nas empresas é uma dificuldade na compreensão de seus processos, por
    estarem organizadas através de uma estrutura hierárquica funcional. Visando suprir esta 
    deficiência, foi desenvolvida uma ferramenta específica para mapeamento de processos, adaptada à necessidade de avaliação e controle para fins de gerenciamento de desempenho. 

    Um modelo para mapeamento de processos operacionais é mostrado na figura, identificando as atividades internas e externas, o uso simultâneo - E - de recursos e o uso alternativo - OU - de recursos, os pontos de decisão com saídas X e Y e avaliação de um processo operacional.  

    Neste modelo, o fluxo de atividades ocorre sempre do início para o fim dos processos operacionais, dispensando o uso de setas para indicar o seu sentido. 


    Então, após a realização da etapa de mapeamento de processos, surge a necessidade de estabelecer os padrões operacionais, objetivando fornecer elementos para o gerenciamento de desempenho do sistema operacional. 

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    terça-feira, 15 de janeiro de 2013

    Reflexões sobre a arte de saber ouvir

    Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massas como a interpessoal, é como o receptor, ou seja, o outro, ouve o que o emissor, ou seja, a pessoa, falou:
    Numa mesma cena de telenovela, notícias de telejornal ou num simples papo ou discussão, observo que a mesma frase permite diferentes níveis de entendimento.
    Na conversação dá-se o mesmo.   Raras, raríssimas são as pessoas que procuram ouvir.  Diante desse quadro venho desenvolvendo uma série de observações e como ando bastante entusiasmado com a formação delas, divido-as com o competente leitorado que por certo me ajudará, passando-me as pesquisas que tenha a respeito.
    Observo que:
     
    1. Em geral, o receptor não ouve o que o outro fala; ele ouve o que o outro não está dizendo.
    2. O receptor não ouve o que o outro fala; ele ouve o que quer ouvir.
    3. O receptor não ouve o que o outro fala; ele ouve o que já escutara antes e coloca o que o outro está falando naquilo que acostumou a ouvir.
    4. O receptor não ouve o que o outro fala.  Ele ouve o que imagina que o outro ia falar.
    5. Numa discussão, em geral, os discutidores não ouvem o que o outro está falando.  Eles ouvem quase que só o que estão pensando para dizer em seguida.
    6. O receptor não ouve o que o outro fala.  Ela apenas ouve o que está sentindo.
    7. A pessoa não ouve o que a outra fala.  Ele ouve o que gostaria de ouvir o que o outro dissesse.
    8. A pessoa não ouve o que a outra está falando.  Ela retira da fala da outra apenas as partes que tenham a ver com ela e a emocionem, agradem ou molestem.
    9. A pessoa não ouve o que a outra está falando.  Ela retira da fala da outra apenas as partes que tenham a ver com ela e a emocionem, agradem ou molestem.
    10. A pessoa não ouve o que a outra está falando.   Ouve o que confirme ou rejeite o seu próprio pensamento.  Vale dizer, ela transforma o que está falando em objeto de concordância ou discordância.
    11. A pessoa não ouve o que a outra está falando.  Ouve o que possa se adaptar ao impulso de amor, raiva ou ódio que já sentia pela outra.
    12. A pessoa não ouve o que a outra fala.  Ouve da fala dela apenas aqueles pontos que possam fazer sentido para as idéias e pontos de vista que no momento estejam influenciando ou tocando mais diretamente.  Esses doze pontos mostram como é raro e difícil conversar.  Como é raro e difícil se comunicar!  O que há,m em geral, ou são monólogos simultâneos trocados à guiza de conversa, ou são monólogos paralelos, a guiza de diálogo.   O próprio diálogo pode se dar, sem que haja necessariamente comunicação.  Pode  haver até um conhecimento a dois sem que necessariamente haja comunicação.  Esta só se dá quando ambos os pólos ouvem-se, não, é claro, no sentido de escutar mas de procurar compreender em sua extensão e profundidade o que o outro está dizendo.
    Ouvir, portanto, é muito raro.  É necessário limpar a mente de todos os ruídos e interferências do próprio pensamento durante a fala alheia.
    Ouvir implica uma entrega ao outro, uma diluição nele.  Daí a dificuldade de as pessoas inteligentes efetivamente ouvirem.   A sua inteligência em funcionamento permanente, o seu hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar tudo interferem como um ruído na plena recepção daquilo que o outro está falando.
    Não é só a inteligência a atrapalhar a audiência.  Outros elementos perturbam o ato de ouvir.   Um deles é o mecanismo de defesa.  Há pessoas que se defendem de ouvir o que as outras estão dizendo por verdadeiro pavor inconsciente de se perderem a si mesmas.,  Elas precisam “não ouvir”, porque “não ouvindo” livram-se da retificação dos próprios pontos de vista, da aceitação de realidades diferentes das próprias, de verdades idem e assim por diante.  Não ouvir é, pois, sólido mecanismo de defesa.
     
    Ouvir é um grande desafio.   Desafio de abertura interior, de impulso na direção do próximo, de comunhão com ele, de aceitação dele como é e como pensa.  Ouvir é proeza.  Ouvir é raridade.  Ouvir é ato de sabedoria.
    Depois que a pessoa aprende a ouvir, ela passa a fazer descobertas incríveis, escondidas ou patentes em tudo àquilo que os outros estão dizendo a propósito de falar.
     
    Arthur da Távola
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